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Saúde
Quarta - 27 de Outubro de 2004 às 08:52
Por: Rose Domingues

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A estudante universitária Giordania Santos, 18, comprou um bolinho em um grande supermercado da Capital mas conseguiu comê-lo porque estava estragado. "Quando fui comer notei que ele estava com cheiro estranho, depois vi que estava fora do prazo de validade". O mesmo ocorreu com a dona-de-casa Alice dos Santos, 26, que só percebeu que o pão-de-forma comprado na padaria perto de casa estava embolorado no dia seguinte. "Os primeiros pães estavam aparentemente bons, nem notei o bolor. Guardei a sacola no armário e, no dia seguinte, quando abri o cheiro estava horrível, o pão todo estragado".

A dona-de-casa Ana Araújo, 33, também passou pela mesma situação. Há cerca de quatro meses, comprou uma pizza estragada dentro do prazo de validade. "Quando abri a embalagem, notei que ela estava embolorada. Liguei para o supermercado, mas, como não podia voltar ao estabelecimento para trocá-lo, perdi o produto. Fiquei muito revoltada na época". Hoje, Ana sempre abre certos produtos para não levar "gato por lebre" para casa.

Jordana não observou o prazo de validade ao comprar, ela explica que, quando vai ao supermercado, até verifica, mas, na padaria, nem sempre faz isso. Por considerar-se "observadora", Alice disse que foi muito constrangedor comprar um produto vencido. "Peguei o saco do pão, mas não havia data de fabricação, lote ou prazo de validade. Então, perguntei para o atendente quando o pão havia sido feito. Ele disse que era do dia, só por isso eu levei. Mas sei que fiz errado". Do início do ano até ontem, a Vigilância Sanitária de Cuiabá recebeu cerca de 74 denúncias de irregularidades em comércios de alimento, isso inclui padarias, açougues, supermercados, mercearias e lanchonetes e bares. Para o fiscal sanitário Luis Lucien Rosa e Silva, há 22 anos nesse tipo de trabalho, é um baixo número de notificações, que ocorre justamente porque nem sempre as pessoas oficializam a reclamação.

"Às vezes, só da pessoa voltar no local o comerciante já troca o produto e pede desculpa. Por outro lado, também existem consumidores que não observam prazo de validade ou qualidade do produto. Compram porque está mais barato, o comerciante já conta com essa falta de observação para liquidar o estoque".

Apesar de mais visados, os grandes supermercados nem sempre são os que têm mais irregularidades. Luis aponta as mercearias de bairros periféricos e as lanchonetes/bares como as mais "complicadas". Latas amassadas, produtos armazenados inadequadamente e falta de higiene do ambiente e de quem manipula os alimentos são os grandes vilões do consumidor desatento.




Fonte: A Gazeta

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