Lula reconhece impossibilidade de controle total dos programas sociais do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que para as políticas públicas sociais darem certo no país é preciso que todos tenham a consciência e a certeza de que o que está sendo feito é o melhor, e que quando surgirem os erros é necessário corrigi-los. "Temos toda sensibilidade para, na medida que descubramos erros, entendermos e corrigirmos a trajetória", disse Lula, durante a 5ª Reunião do Conselho de Segurança Alimentar(Consea), realizada hoje no Palácio do Planalto.

Lula recebeu durante a reunião do Consea a medalha de ouro "Aliança Internacional Contra a Fome", oferecida pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

O presidente reconheceu que é impossível haver um controle total dos programas sociais do seu governo. "De vez em quando as pessoas falam que o cadastro do Bolsa Família, não faz isso, não faz aquilo. Ora, até um supermercado importante como o Pão de Açúcar trabalha com a possibilidade de um por cento de roubo, você imagina num programa com 5 milhões de cartões, você pode ter desvio, sim", ressaltou o presidente.

Ao se referir à reportagem do Fantástico que mostrou problemas no Bolsa Família, o presidente admitiu que os fatos mostrados ajudam o governo a perceber os erros. "Na hora que a gente percebe que tem gente no nosso meio que está cometendo erros, está cometendo uma política incorreta, nós temos que punir essa pessoa", disse Lula.

O presidente voltou a defender o trabalho conjunto do Governo Federal com as prefeituras, no sentido levar as políticas sociais públicas para os que precisam. "Os prefeitos sozinhos não dão conta de um programa dessa magnitude. E nós não podemos prescindir do controle social das políticas públicas que o governo tem que ter".

O presidente Lula lembrou ainda que enquanto o seu governo não tem os homens e as mulheres perfeitas para assumirem os cargos, um pouco de fiscalização da sociedade é uma dosagem razoável para diminuir a febre do paciente.

“Nós temos um compromisso e vamos cumpri-lo. Este ano nós queremos chegar aos 6,5 milhões de famílias até o dia 31 de dezembro. Ano que vem queremos chegar aos 8,7 milhões de famílias, e se Deus quiser em 2006 iremos completar os dados que nós temos, que são 11 milhões de famílias", disse o presidente Lula.