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Internacional
Terça - 26 de Outubro de 2004 às 13:53

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Determinados a fazerem-se ouvir nesta eleição presidencial, alguns norte-americanos que moram no exterior e que não conseguiram se cadastrar para votar à distância ou que não confiam no sistema de votação para ausentes estão voando para casa na próxima semana a fim de participar do pleito.

Pagando até mil euros (US$ 1,3 mil) para realizar uma jornada transatlântica, ao menos cinco norte-americanos que moram na Europa acreditam que a eleição de terça-feira é tão importante e tão disputada que, para votar, vale a pena o sacrifício.

Cerca de seis milhões de norte-americanos expatriados têm o direito de participar das eleições, mas um complicado conjunto de regras, diferentes para cada um dos 50 Estados do país, os atrasos na chegada das cédulas dos ausentes e a preocupação com a segurança dos votos no correio fizeram com que muitos preferissem viajar.

"George W. Bush não é o homem certo para essa função e é por isso que estou pagando para entrar em um avião e garantir que consiga chegar lá e votar", afirmou B. Carter Looney, 39, um empresário dos EUA que mora perto de Frankfurt. "Há mais coisas no mundo que apenas os EUA", disse Looney, que passará 26 horas viajando para ficar apenas três dias no Arizona, antes de regressar na terça-feira, depois da eleição.

Looney, que mora no exterior há 17 anos, votou em todas as eleições anteriores a 2000. Naquele ano, porém, sua cédula para votar a distância chegou tarde demais. "Prometi que isso nunca aconteceria de novo", contou.

Voando para casa

George Nascaris, um executivo da indústria farmacêutica que mora atualmente em Berlim, disse que voará para Nova York na segunda-feira, votará em Bush na terça e retornará para a Alemanha no dia seguinte. "Quero garantir que meu voto seja computado", afirmou Nascaris, que vive fora dos EUA desde 1999. "Todos os votos são importantes".

Nascaris disse que muitos ficaram surpresos com os esforços dele para votar em um Estado no qual o candidato democrata John Kerry deve vencer. Mas isso, segundo o norte-americano, não abalará seu entusiasmo em participar da eleição.

"A disputa está apertada e nunca se sabe o que acontecerá até as urnas fecharem. Que vença o melhor", afirmou.

Cerca de 270 mil norte-americanos vivem na Alemanha, país que abriga a quarta maior comunidade de cidadãos dos EUA no exterior depois do México, do Canadá e da Grã-Bretanha. Na Holanda, Steve Weiss descobriu ter perdido o prazo para votar como ausente no Estado da Flórida e então decidiu ir para casa a fim de participar do pleito de 2 de novembro.

"Essa é uma eleição crítica e queria participar do processo", afirmou Weiss, um banqueiro que vive no exterior há quatro anos e que hoje dirige a seção holandesa do grupo "Republicanos no Exterior".

"A disputa será muito emocionante na Flórida e eu pensei que seria divertido ficar na fila, votar e ver os primeiros resultados", observou Weiss, que dará início a sua viagem de 17 horas na quinta-feira. "Quero estar lá."

Randal Wall, da seção alemã do grupo "Democratas no Exterior", disse ter recebido vários pedidos de ajuda de norte-americanos que se cadastraram, mas que não receberam as cédulas para votarem como ausentes. "Alguns deles estão frustrados, outros estão furiosos, outros choraram porque sentem grande vontade de votar. Nunca vi uma eleição tão emocionalmente carregada como essa".

Na França, a cantora de ópera Alexandra Hughes, 53, disse que viajaria na segunda-feira de manhã para votar em Kerry. "Fiquei extremamente brava porque minha cédula nunca chegou em 2000", disse Hughes. "Quero ter certeza de que vou participar. Muitos erros acontecem com os votos dos ausentes e sabemos bem o que aconteceu na Flórida".




Fonte: Reuters

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