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Economia
Terça - 26 de Outubro de 2004 às 09:24

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As indústrias madeireiras da região Norte já sentem o prejuízo causado pela greve do Ibama, que completa hoje 22 dias. Sem emissão da Autorização para Transporte de Produtos Florestais (ATPFs) não há como transportar madeira bruta, serrada e beneficiada, fazendo com que as empresas deixem de cumprir contratos com fornecedores no Brasil e no exterior. Os prejuízos são incalculáveis. Algumas madeireiras reduziram a produção e ameaçam inclusive parar se a greve continuar.

De acordo com o proprietário de duas madeireiras em Sinop, Nilo José Slomp, foi necessário baixar a produtividade para 50%. Ele comenta, que possui mais de 300m3 de madeira parados e sem as ATPFs não pode transportar a matéria da serraria para a indústria. “Como a madeireira trabalha com estoque regulador ainda não houve a necessidade de parar totalmente a produção, mas se a paralisação do órgão ambiental durar pelo menos mais 15 dias não compensa continuarmos funcionando e corremos o risco de ter que demitir aproximadamente 80 funcionários”, salientou.

O responsável pelo departamento pessoal de outra madeireira em Sinop, que preferiu não se identificar publicamente, fala que por enquanto não houve redução na produtividade, mas a empresa está utilizando todo o estoque preparado para a época de chuva – período em que os trabalhos de extração da matéria prima praticamente param. Conforme ele, se a greve continuar vai chegar um momento em que não haverá mais madeira e as demissões serão inevitáveis, podendo atingir a metade do quadro funcional. “Além disso, corremos o risco de perder quatro mil m3 de madeira bruta por causa da chuva se as ATPFs não forem emitidas a tempo”, enfatizou.

Os funcionários do Ibama de Sinop estão mantendo apenas 30% das atividades, devido a liminar expedida na semana passada. Somente o setor de protocolo, responsável pelo requerimento de guias, projetos de manejo, dentre outros, está funcionando. Por enquanto não existe previsão da retomada na emissão de ATPFs

Andamento da greve

Servidores do Ibama realizam assembléia geral hoje às 10 horas em todo o país. Em pauta, deliberação sobre o fim da paralisação. A direção do Ibama aposta no retorno ao trabalho, com base nos resultados das últimas negociações com os ministérios do Planejamento e o do Meio Ambiente e também com Comando Nacional de Greve.

Os funcionários da carreira de Especialista em Meio Ambiente e os do quadro de pessoal integrantes do PCC ou planos correlatos terão direito a gratificações de desempenho, a exemplo de outras categorias. As gratificações serão de 35% e pagas gradualmente. Parcela de 16% valerá a partir de novembro deste ano e o porcentual máximo de até 35% será atingido em janeiro de 2006.

Os inativos receberão metade da gratificação paga aos servidores da ativa. O enquadramento dos aposentados na carreira de especialistas, reivindicado pelos servidores, depende do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.

Em até 72 horas após a suspensão da greve em todo o território, o governo assinará com os representantes dos servidores um Termo de Compromisso especificando a criação de duas gratificações de desempenho de igual valor e a reestruturação da carreira de Especialista em Meio Ambiente.

Esta foi uma das metas fixadas pelos negociadores do Ibama em reunião nesta manhã com o Comando de Greve. A direção do órgão também concordou com os ajustes do Termo de Compromisso sugeridos pelos servidores que não implicam alteração de mérito da proposta final do governo. A direção do Ibama reafirma que a proposta do governo poderá ser retirada, se os servidores não retornarem de imediato ao trabalho.




Fonte: Só Notícias

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