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Cidades/Geral
Terça - 26 de Outubro de 2004 às 07:46
Por: Carlos Martins

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Autoridades tanto de Mato Grosso como de Brasília negaram a informação que circulou ontem na imprensa nacional sobre a transferência, no próximo mês, do traficante carioca Luiz Fernando da Costa de uma penitenciária paulista de segurança máxima para a unidade prisional federal que está em fase de conclusão dentro da Presídio de Pascoal Ramos, em Cuiabá, e que ainda não tem data para ser inaugurada. Assim como ocorrera no início de setembro, quando se especulou a vinda do traficante conhecido como Fernandinho Beira-Mar, o juiz Julier Sebastião da Silva disse ontem desconhecer o assunto e que qualquer decisão passa pela alçada da Justiça Federal. Ou seja, o juiz recebe o pedido, analisa, e decide se aceita ou não o pedido de transferencia.

“Isso é conversa fiada. É plantação de notícias em época eleitoral”, disse Julier, titular da 1ª Vara Federal, onde corre boa parte dos processos contra integrantes do crime organizado de Mato Grosso. No entendimento de fontes ligadas ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado ao Ministério da Justiça, na realidade o governo paulista deseja se ver livre de um hóspede indesejável. De acordo com reportagem publicada ontem no jornal O Estado de S.Paulo, “nos bastidores da Secretaria Estadual da Administração Penitenciária, na avenida São João, região central da capital paulista, a transferência de Beira-Mar para a ala federal de Cuiabá já é dada como certa”.

Em Brasília, o diretor-adjunto do Depen, Cristiano Orem de Andrade, disse ontem, por meio de sua assessoria, “que não existe nenhuma determinação nesse sentido [transferência de Beira-Mar]. O diretor do departamento, Clayton Alfredo Nunes, está em férias e deve retornar apenas esta semana. De acordo com a assessoria do secretário-adjunto do Sistema Prisional de Mato Grosso, Sebastião Ribeiro da Silva Filho, a suposta transferência de Beira-Mar é “pura especulação”. Segundo a assessoria, qualquer transferência passa pelo Depen e Polícia Federal com a autorização da Justiça Federal.

A ala federal tem 800 metros quadrados de área construída e capacidade para 53 detentos. As obras custaram ao governo federal R$ 1,049 milhão, com contrapartida de 10% do governo do estado de Mato Grosso. Em setembro passado, o diretor do Depen, Clayton Nunes, veio a Cuiabá e na companhia da cúpula da Secretaria de Justiça e Segurança pública vistoriou as obras. Na época, o juiz Julier e o então procurador da República de Mato Grosso Pedro Taques (transferido para São Paulo) também vistoriaram a ala juntamente com dois delegados da Polícia Federal que serão os responsáveis pela unidade. Na ocasião, Clayton Nunes recomendou a implantação de dispositivos de segurança (trancas eletrônicas, bloqueadores de celular, aparelhos para detectar metais, circuito interno de TV). Entre as paredes e debaixo do piso foram colocadas chapas de aço para impedir a abertura de túneis. A segurança será feita por agentes da polícia federal.




Fonte: Diário de Cuiabá

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