Jogo do bicho continua funcionando em Rondonópolis

Um banquinho no meio da calçada. Essa é a estrutura suficiente para que o jogo do bicho continue atuando em Rondonópolis sem nenhuma providência da polícia.

Um banquinho no meio da calçada é o local de trabalho de um senhor moreno, aparentando 50 anos. Em uma das mãos, a carteira de cigarro. Na outra, o bloco de anotações do jogo do bicho. A avenida é a Presidente Kennedy. Para disfarçar a atividade, o banquinho é colocado ao lado de um painel com revistas para a venda.

Sem rejeitar qualquer aproximação, o vendedor de apostas dá algumas dicas de qual o melhor jogo para o dia. Em seguida, explica que a apuração é feita em Cuiabá e é repassada aos “clientes” no dia seguinte. As apostas são recolhidas no final da tarde por um homem de moto. “Não sei quem é ele”, diz o vendedor de apostas já desconfiado de tantas perguntas.

No final, garante confiabilidade à apuração e ao pagamento das apostas, o que é feito no dia seguinte à apuração. “Pode confiar. Se você ganhar, o dinheiro está aqui, no dia seguinte”, diz.

O jogo do bicho está apontado como uma das principais fontes de renda do crime organizado em Mato Grosso, que estava sob o comando do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, preso atualmente em Montevidéu, no Uruguai.

Em Rondonópolis, uma operação da Polícia Civil em fevereiro do ano passado desmantelou a central de apuração do jogo. Vendedores de apostas e um dos gerentes do jogo do bicho na cidade foram presos e liberados após pagamento de fiança. Na época, o delegado municipal, Henrique Meneguello, apreendeu várias barraquinhas do jogo, que foram destruídas em seguida.

De lá para cá, a central de apuração mudou de endereço e, pelas informações acima, está hoje em Cuiabá.