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Internacional
Segunda - 25 de Outubro de 2004 às 15:20
Por: Renato Cruz

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Florianópolis - As empresas européias querem aproveitar o sucesso do celular GSM - tecnologia surgida na Europa, usada por todas as grandes operadoras brasileiras, menos a Vivo - para vender também no País o DVB-RCS, seu padrão de comunicação de dados via satélite. O primeiro contrato já foi fechado, com a Hispamar, parceria entre a espanhola Hispasat e a brasileira Telemar. "Existem grandes oportunidades de levar o celular para localidades que hoje não são atendidas", afirmou o cientista Harald Skinnemoen, da empresa norueguesa Nera.

Ele participa hoje do seminário "Comunicação via satélite na América Latina: Por que DVB-RCS é a melhor escolha", promovido pelos europeus, que acontece antes da abertura oficial do Futurecom, evento de telecomunicações que vai até a quinta-feira em Florianópolis.

A sigla DVB-RCS significa Digital Video Broadcasting - Return Channel via Satellite. O padrão europeu de TV digital também é uma variação do DVB, chamado DVB-T, onde T significa Terrestrial, de transmissão terrestre. Na integração com o GSM, a idéia seria instalar antenas de celular em localidades mais distantes dos grandes centros, usando a tecnologia de satélite para conectá-las às redes das operadoras. O DVB-RCS permite que o canal de retorno, ou a comunicação entre o usuário e o provedor de serviço, aconteça também via satélite.

A tecnologia permitiria levar internet rápida para lugares onde a rede de telefonia não alcança. "Podem ser feitos vários usos para a inclusão digital", afirmou Skinnemoen. Os fornecedores europeus estão de olho nos cerca de R$ 3 bilhões do Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações (Fust), que deveriam ser usados para levar internet para escolas, bibliotecas, hospitais e localidades de fronteira, mas nunca foram.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) prepara o regulamento do Serviço de Comunicação Digital (SCD), para que as empresas tenham acesso aos recursos.

O DVB-RCS compete com duas soluções americanas, que permitem a comunicação de dados em alta velocidade, via satélite. Existem cerca de uma dezena de fabricantes que trabalham com o padrão. No Brasil, a Nera participa de uma concorrência da Telemar, que deve contratar 4,5 mil pontos de presença para atender aos seus compromissos de universalização. "Participamos da concorrência junto com a Siemens", disse Cláudio Frugis, consultor de soluções da Nera.

A tecnologia européia permite que o usuário receba sinais com velocidade de até 45 Megabits por segundo (Mbps), cerca de 150 vezes uma conexão de banda larga mais comum. A conexão entre o cliente e provedor pode chegar a 2 Mbps, nos modelos mais simples. Nos novos modelos, a velocidade é quatro vezes maior.




Fonte: Agência Estado

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