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Nacional
Sábado - 23 de Outubro de 2004 às 06:47
Por: João Domingos, Leonencio Nossa

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Brasília - O governo não vai cancelar os contratos de publicidade que tem com o marqueteiro Duda Mendonça. O Palácio do Planalto avalia que a prisão de Duda numa rinha de briga de galos, em Jacarepaguá, no Rio, foi muito ruim para a imagem do publicitário, mas não afeta os contratos, feitos com uma pessoa jurídica, depois de licitação.

Juntamente com a Lew, Lara e com a Matisse, a empresa Duda Mendonça tem as contas de publicidade institucional (propaganda de programas) e de utilidade pública (campanhas de vacinação) do governo, no valor de R$ 150 milhões, além de outra com a Petrobrás, de R$ 42 milhões.

Como sempre acontece nos casos que envolvem ação da Polícia Federal contra integrantes do poder ou de seus amigos, há no governo a suspeita de que a prisão de Duda Mendonça teve motivação política. No Planalto, chegou a haver a associação entre a operação montada pela Polícia Federal, que resultou na prisão de cerca de 300 pessoas na rinha, à disputa eleitoral em São Paulo, onde a candidata à reeleição e prefeita Marta Suplicy (PT) contava com os serviço de Duda.

Para interlocutores do governo, é muito estranho que a blitz tenha ocorrido a apenas nove dias do segundo turno das eleições. Eles admitem, no entanto, que o caso "pegou muito mal" para um publicitário, famoso na área de marketing político. Quando soube da prisão do publicitário, pela manhã, o ministro da Secretaria da Comunicação de Governo, Luiz Gushiken, telefonou para Duda, segundo assessores do Planalto. Gushiken teria ficado "perplexo" com a notícia. O ministro, porém, evitou comentar o assunto. Ele entende que somente Duda pode falar sobre o caso, que é de caráter "privado" e "pessoal".

"É uma situação desconfortável para o governo. Mas aconteça o que acontecer com quem quer que seja, esse governo tem uma política de segurança pública impessoal e republicana", disse o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos aos jornalistas em Cuiabá, onde foi divulgar o programa de desarmamento. O ministro lamentou a prisão e disse ser amigo de Duda. "Gosto muito dele, mas ele está, como todos os brasileiros, sujeito à lei", completou.




Fonte: Agência Estado

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