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Sérvios pedem boicote e albaneses mostram desencanto com eleições
As eleições parlamentares de Kosovo serão realizadas amanhã, sábado, em um ambiente dividido entre a ameaça de boicote da minoria sérvia e a crescente desilusão da maioria albanesa, que exige melhorias em suas vidas nesta província sérvia, administrada pela ONU desde 1999.
"A população está decepcionada com a situação econômica e a realidade política do país, onde todos os partidos atuam como meros clones da Unmik (a administração da ONU)", disse hoje em declarações à EFE, em Pristina, o analista político Enver Hassani.
"A abstenção será alta porque os cidadãos não vêem os partidos políticos de Kosovo como um governo real, mas como entidades nas quais dominam a corrupção e os escândalos", acrescentou.
Segundo distintas fontes, espera-se uma participação nas eleições de apenas 50%, contra os 65% nas primeiras eleições parlamentares de três anos atrás.
Os que anunciaram que colaborarão para que a abstenção seja alta foram os sérvios, cujos representantes políticos proclamaram um boicote às eleições. Enquanto isso, o presidente da Sérvia, Boris Tadic, fez um apelo a que a população compareça às urnas.
Um dos líderes sérvios em Kosovo, Oliver Ivanovic, disse hoje em declarações à EFE que a participação dos sérvios não superará 10%, suficiente para obter entre 13 e 14 cadeiras, oito a menos que há três anos.
O Parlamento de Kosovo tem 120 cadeiras, das quais dez estão reservadas aos sérvios, e outras dez às minorias restantes neste território, como bósnios, turcos e ciganos.
"Os sérvios estão cansados de eleições", disse Ivanovic ao assegurar que o boicote é a única forma de tentar "melhorar a situação de segurança dos sérvios e ter influência sobre o futuro de Kosovo".
"A situação de segurança dos sérvios é pior que a dos albaneses, mas a abstenção não é uma solução", avaliou Hassani em referência à última onda de violência em Kosovo em março deste ano, que deixou 19 mortos e centenas de feridos.
"Se os sérvios não votarem, vão iniciar uma novo radicalismo sérvio (em Kosovo)", advertiu Hassani.
Enquanto isso, as pesquisas indicam que a principal força política, a Liga Democrática de Kosovo (LDK), do presidente Ibrahim Rugova, conquistará mais uma vez a vitória.
As outras duas facções na coalizão de governo, o Partido Democrático de Kosovo (KDP) e a Aliança para o Futuro de Kosovo (AAK), ficarão provavelmente atrás da LDK.
A incógnita é o novo partido ORE (A Hora), do conhecido empresário e multimilionário Veton Surroi.
Nas ruas de Pristina, os albano-kosovares estão desencantados com as eleições e seu futuro.
Segundo Iliaz Skenderi, um estudante de 19 anos, "os políticos falaram muito sobre o desemprego e sobre como vão solucionar este problema, mas ninguém fez nada até agora".
Fatmir Dalipi, um taxista de 51 anos, disse que depois das eleições "os políticos voltarão a não fazer nada, já que só fazem "marketing" político e se beneficiam dos problemas da população".
Em referência a queixas deste tipo, o chefe da Unmik, Soren Jessen Petersen, disse hoje à imprensa que "o que realmente conta não são mais palavras, mas ações que melhorem a vida cotidiana da população".
"O que está em jogo é o futuro de Kosovo", assegurou o diplomata dinamarquês. Ele advertiu que o novo Parlamento e o Executivo kosovar deverão fazer todo o possível para garantir os direitos das minorias para poder iniciar as negociações sobre o status final da província.
As negociações poderão começar em meados do próximo ano e a questão crucial será se Kosovo obterá ou não a independência tão ansiada pelos albaneses e tão rejeitada pelos sérvios.
Cerca de 90% dos 2,2 milhões habitantes da província são de origem albanesa, enquanto o resto são sérvios e de outras etnias.
Os colégios eleitorais abrirão amanhã às 7.00 (2.00 de Brasília) e fecharão às 19.00 (14.00 de Brasília).
Cerca de 13.000 observadores internacionais velarão pelo normal desenvolvimento do processo eleitoral, organizado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), junto com a Comissão Eleitoral Central de Kosovo.
Os primeiros resultados oficiais são esperados para a madrugada de domingo, enquanto os primeiros dados preliminares serão anunciados pela OSCE na segunda-feira à tarde.
"A população está decepcionada com a situação econômica e a realidade política do país, onde todos os partidos atuam como meros clones da Unmik (a administração da ONU)", disse hoje em declarações à EFE, em Pristina, o analista político Enver Hassani.
"A abstenção será alta porque os cidadãos não vêem os partidos políticos de Kosovo como um governo real, mas como entidades nas quais dominam a corrupção e os escândalos", acrescentou.
Segundo distintas fontes, espera-se uma participação nas eleições de apenas 50%, contra os 65% nas primeiras eleições parlamentares de três anos atrás.
Os que anunciaram que colaborarão para que a abstenção seja alta foram os sérvios, cujos representantes políticos proclamaram um boicote às eleições. Enquanto isso, o presidente da Sérvia, Boris Tadic, fez um apelo a que a população compareça às urnas.
Um dos líderes sérvios em Kosovo, Oliver Ivanovic, disse hoje em declarações à EFE que a participação dos sérvios não superará 10%, suficiente para obter entre 13 e 14 cadeiras, oito a menos que há três anos.
O Parlamento de Kosovo tem 120 cadeiras, das quais dez estão reservadas aos sérvios, e outras dez às minorias restantes neste território, como bósnios, turcos e ciganos.
"Os sérvios estão cansados de eleições", disse Ivanovic ao assegurar que o boicote é a única forma de tentar "melhorar a situação de segurança dos sérvios e ter influência sobre o futuro de Kosovo".
"A situação de segurança dos sérvios é pior que a dos albaneses, mas a abstenção não é uma solução", avaliou Hassani em referência à última onda de violência em Kosovo em março deste ano, que deixou 19 mortos e centenas de feridos.
"Se os sérvios não votarem, vão iniciar uma novo radicalismo sérvio (em Kosovo)", advertiu Hassani.
Enquanto isso, as pesquisas indicam que a principal força política, a Liga Democrática de Kosovo (LDK), do presidente Ibrahim Rugova, conquistará mais uma vez a vitória.
As outras duas facções na coalizão de governo, o Partido Democrático de Kosovo (KDP) e a Aliança para o Futuro de Kosovo (AAK), ficarão provavelmente atrás da LDK.
A incógnita é o novo partido ORE (A Hora), do conhecido empresário e multimilionário Veton Surroi.
Nas ruas de Pristina, os albano-kosovares estão desencantados com as eleições e seu futuro.
Segundo Iliaz Skenderi, um estudante de 19 anos, "os políticos falaram muito sobre o desemprego e sobre como vão solucionar este problema, mas ninguém fez nada até agora".
Fatmir Dalipi, um taxista de 51 anos, disse que depois das eleições "os políticos voltarão a não fazer nada, já que só fazem "marketing" político e se beneficiam dos problemas da população".
Em referência a queixas deste tipo, o chefe da Unmik, Soren Jessen Petersen, disse hoje à imprensa que "o que realmente conta não são mais palavras, mas ações que melhorem a vida cotidiana da população".
"O que está em jogo é o futuro de Kosovo", assegurou o diplomata dinamarquês. Ele advertiu que o novo Parlamento e o Executivo kosovar deverão fazer todo o possível para garantir os direitos das minorias para poder iniciar as negociações sobre o status final da província.
As negociações poderão começar em meados do próximo ano e a questão crucial será se Kosovo obterá ou não a independência tão ansiada pelos albaneses e tão rejeitada pelos sérvios.
Cerca de 90% dos 2,2 milhões habitantes da província são de origem albanesa, enquanto o resto são sérvios e de outras etnias.
Os colégios eleitorais abrirão amanhã às 7.00 (2.00 de Brasília) e fecharão às 19.00 (14.00 de Brasília).
Cerca de 13.000 observadores internacionais velarão pelo normal desenvolvimento do processo eleitoral, organizado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), junto com a Comissão Eleitoral Central de Kosovo.
Os primeiros resultados oficiais são esperados para a madrugada de domingo, enquanto os primeiros dados preliminares serão anunciados pela OSCE na segunda-feira à tarde.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/370402/visualizar/
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