Justiça acata denúncia contra prefeito eleito de Sorriso por compra de votos

A Justiça Eleitoral aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual e instaurou ação penal contra o prefeito eleito de Sorriso, Dilceu Rossato (PR), e seu vice, Ederson Dalmolin (PDT), por compra de votos. Ambos foram eleitos com 20.448 votos, mas podem ter o diploma ou o mandato cassados se forem condenados.
 
“Recebo a denúncia em todos os seus termos, pois contém os requisitos mínimos preconizados nos artigos 357, parágrafo 2º do Código Eleitoral, e 41 do Código de Processo Penal (exposição do fato, qualificação dos acusados, classificação do crime e rol de testemunhas), convertendo estes autos em ação penal”, diz trecho da decisão da juíza da 43ª Zona Eleitoral, Débora Roberta Pain Caldas.
 
Rossato e os demais citados são acusados de oferecer e doar vales-combustível em troca de voto. Na lista de réus da ação também estão incluídos Reginaldo Francisco Padilha e José Milton Mendes, o “Miltinho do Posto Dalas” (PSD).
Conforme a denúncia, no dia da eleição, 7 de outubro, Dilceu Rossato, Ederson Dalmolin, Reginaldo Padilha e José Milton Mendes foram vistos nas proximidades da Escola Estadual Mário Spinelli, por volta das 8h, oferecendo o benefício a vários eleitores.
 
Uma das eleitoras, Dinéia de Souza Costa, declarou ter sido abordada por Padilha, o qual teria lhe oferecido um vale para abastecimento gratuito de combustível no posto Dallas, em troca do voto da mesma em Dilceu e José Milton Mendes, que concorreu ao cargo de vereador.
 
Neste mesmo dia, Reginaldo foi preso em flagrante após testemunhas relatarem que ele estaria abordando eleitores e distribuindo vales-combustível para as pessoas que trafegavam na rua, sendo liberado posteriormente, após o pagamento de fiança no valor de R$ 6,2 mil.
 
Com ele, foram encontrados 28 vales-combustível, 547 panfletos de Rossato e “Miltinho”, além de 19 adesivos de propaganda eleitoral deste último. Segundo o MP, os vales entregues pelos acusados eram no valor de R$ 5 e R$ 10.
 
Conforme determinação da juíza eleitoral, os acusados deverão prestar depoimento no dia 29 de novembro deste ano, às 13h30. Rossato disputou o cargo de prefeito de Sorriso com Clomir Bedin (PMDB) e Conceição Missio (Psol) e foi eleito com uma diferença de 6.634 votos sobre Bedin, que ficou na segunda colocação. Conceição Missio recebeu apenas 1.504 votos.
 
Outro lado – Em depoimento à polícia, Reginaldo Padilha se reservou ao direito de permanecer calado. Dlceu Rossato disse que ainda não foi comunicado da abertura de ação penal contra ele e afirmou que “não tem conhecimento da prática de compra de votos”.