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Saúde
Sexta - 22 de Outubro de 2004 às 08:38

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Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que o Estado de Mato Grosso apresenta a mais alta taxa de prevalência entre os Estados brasileiros nos casos de hanseníase. Para cada grupo de 10 mil mato-grossenses existe 22,11 pacientes da doença. Os números de 2003 atualizados até 31 de março deste ano apontam 4.798 casos no Estado. Para evidenciar o problema e também cobrar empenho dos gestores para que o país até 2005 alcance a meta de eliminar a doença, o Ministério da Saúde lançou ontem, em Brasília, as Cartas de Eliminação da Hanseníase, documento no qual foi apresentada a situação epidemiológica.

As cartas foram entregues para os gestores pelo ministro da Saúde, Humberto Costa, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Mato Grosso foi representado pelo secretário Adjunto de Saúde, Antônio Augusto de Carvalho. O documento contém informações resumidas sobre a descentralização do diagnóstico e tratamento da doença, o quadro epidemiológico com dados de 2003 e um mapa com a localização das microrregiões nos estados com seus respectivos coeficientes de prevalência. O ministro Humberto Costa garantiu que não faltarão recursos aos Estados para a capacitação das equipes de saúde e para que os serviços sejam descentralizados no combate à doença.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença só está eliminada no país como problema de saúde pública quando a prevalência é de menos de um caso entre 10 mil pessoas. No Brasil, apenas dois estados da região Sul estão enquadrados nessa situação. Santa Catarina, com prevalência de 0,64 (com 359 casos) e o Rio Grande do Sul, com 0,24 (251 casos). A média no país é de 4,5 pacientes para cada 10 mil habitantes. Entre as regiões, as prevalências são de 11,44 no Norte, 8,75 no Centro-Oeste, 6,73 no Nordeste, 2,4 no Sudeste e 0,79 no Sul.

Para compor as Cartas de Eliminação da Hanseníase foi realizado um estudo das taxas de prevalência e detecção nos últimos 10 anos a partir dos dados publicados pelo Ministério da Saúde. O estudo mostrou, por exemplo, que as taxas de prevalência nos últimos cinco anos estão estacionados em torno de 4 casos por 10 mil habitantes e que a detecção no país, entre 1994 e 2003, manteve-se no patamar de 2 casos por 10 mil habitantes. Em números absolutos de 2003, o Brasil registrou 79,9 mil casos de hanseníase dos quais 49 mil novas notificações. No caso de Mato Grosso, o levantamento indicou no período 3.601 novas notificações com prevalência de 16,60 (num grupo de 10 mil pessoas).

A Hanseníase é uma doença que tem cura. Detectada precocemente e também tratada de forma adequada ela não deixa seqüelas. Se a pele apresentar manchas claras ou avermelhadas e falta de sensibilidade (dormência) isso deve servir de alerta à pessoa que deve procurar uma unidade de saúde para fazer o tratamento. De ação lenta, leva em média quatro anos para aparecerem os sinais. O controle da doença passou a ser tratado prioritariamente pelo Ministério da Saúde já em abril deste ano, quando o presidente Lula lançou no Acre o Plano Nacional de Eliminação da Hanseníase. Em junho foi lançada uma campanha publicitária divulgando os sinais de suspeita e estimulando as pessoas a procurar os serviços de saúde. (Com Agência Saúde)




Fonte: Diário de Cuiabá

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