Semana pretende popularizar a pesquisa

Popularizar a ciência e estimular os alunos do ensino médio da rede pública de Mato Grosso a se interessar pela pesquisa. No segundo dia (20.10) da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foram apresentados no Casarão do Parque Mãe Bonifácia vários trabalhos científicos de estudantes bolsistas financiados pelo Programa de Iniciação Científica Junior, PIBIC, monitorados pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso, Fapemat.

O PIBIC é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPQ, em convênio com a Fapemat. O programa foi implantado em 2003 e atende 40 bolsistas, de escolas da rede pública de Mato Grosso. Os estudantes que participam de projetos de iniciação cientifica recebem uma bolsa de custeio mensal de R$ 80. Participam do PIBIC alunos das escolas estaduais de Cuiabá: Presidente Médici, Cesário Neto, Centro de Federal de Educação Tecnológica campus da capital e São Vicente, e Escola Estadual Ana Tereza Albernaz de Chapada dos Guimarães.

Segundo a assessora da Diretoria Científica, que acompanha o programa, Alessandra Morini, o PIBIC Junior, é coordenado pela Fapemat no estado. Em 2003 a Fundação, por meio de edital, realizou uma seleção, com base no currículo escolar dos alunos inscritos para o PIBIC, e os aprovados foram destinados a trabalhos de pesquisa de professores que tinham algum projeto nas escolas.

Ontem ao longo do dia estudantes da rede fundamental puderam assistir no Casarão do parque Mãe Bonifácia a apresentação dos trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelos jovens cientistas do PIBIC. “A atenção das crianças durante a mostra dos trabalhos nos causou surpresa. A experiência dos alunos desperta a curiosidade dos estudantes”, isso nos surpreendeu.

JOVENS CIENTISTAS – Projetos de pesquisa em Arqueologia em Mato Grosso, Agricultura e Formação de Hortas Orgânicas, Extração de Óleos Essenciais, Aproveitamento de Resíduos Sólidos de Origem Animal para a Fabricação de Farinha de Vísceras, e Produção de Barras de Cereais com Frutas Locais Desidratadas. Estes são os temas que correspondem a uma pequena amostra do que foi apresentado pelos bolsistas do PIBIC na Semana de Ciência e Tecnologia.

Orientados pelo professor Mestre Jair Jácomo Bertucini, os estudantes do curso de agropecuária, Danilo Neves e Cleiton Rauber, se reúnem toda terça-feira para pesquisar e melhorar o projeto denominado “Desenvolvimento de formulações de Barras de Cereais com aproveitamento de Frutas Regionais Desidratadas”.

Bertucini explicou que a idéia do projeto surgiu durante a orientação de seu mestrado em Agricultura Tropical. “Meu orientador o físico Nicolau Priante Filho, tentava desenvolver junto às comunidades de pescadores uma forma de aproveitar a abundância de manga e outras frutas que são bastante comuns na piracema, época em que os pescadores não podem pescar e tem que procurar outra atividade. Depois de acompanhá-lo e fazer meu mestrado decidi desenvolver este trabalho com a barra de cereais”, relembrou.

Cleiton e Danilo contam que semanalmente eles se debruçam em pesquisa para melhorar a qualidade da barra de cereais que são produzidas de manga, banana e abacaxi. “A parte prática é a mais interessante por que percebemos que podemos melhorar ainda mais nosso trabalho”, destacou Danilo.

“Poder desenvolver um trabalho cientifico em uma área diferente da nossa faz com que a gente conheça a diversidade em outros trabalhos. Isso para nós do ensino médio é muito importante”, revelou animado Cleiton.

O CÉU MAIS PERTO – Fascinado por Astronomia desde pequeno o estudante de Física, Carlos Vagner Ribeiro, bolsista do projeto “Cuiabá, olha para o céu", se destaca entre tantos estudantes por mostrar interesse e empenho em estudar Astronomia. O trabalho científico em que Vagner é bolsista tem objetivo de popularizar esta ciência e assim com apoio do governo e empresas e criar em Cuiabá um Observatório e um Planetário para a população.

“Viajei por conta própria para conhecer os observatórios de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Acho que nosso estado, nosso país precisa investir nesta área, a nação que quer lançar foguetes e ter satélites precisa desenvolver estudos em astronomia para conquistar a tecnologia”, defendeu.

O projeto de Carlos está sob a orientação do cientista amador Eduardo Baldaci de Lima idealizador do projeto e presidente da Organização Não governamental, Sociedade para o Progresso da Astronomia, Cidadania e Educação, SPACE. No próximo dia 27 Baldaci e Carlos estarão na Praça Alencastro, a partir das 21 horas, com seus telescópios para observar o eclipse lunar da noite e tentar mais uma vez popularizar a astronomia na Capital.