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Saúde
Quarta - 20 de Outubro de 2004 às 08:56

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Um homem tetraplégico conseguiu a façanha de enviar e-mails e controlar games no computador com seu pensamento. Tudo graças a um chip que tem se mostrado o implante cerebral mais sofisticado da atualidade.

O chip se chama BrainGate (PonteCerebral) - menor que um centavo de dólar - e foi implantado durante uma operação de três horas no córtex motor primário de um homem de 24 anos que teve a espinha partida aos 21. Não foram identificados problemas de cicatrização ou efeitos colaterais no sistema neurológico.

Desenvolvido pela empresa Cyberkinetics de Foxborough, estado norte-americano de Massachusetts, o BrainGate tem 100 eletrodos que se conectam a um neurônio do paciente e captam seus sinais cerebrais. Do chip os sinais percorrem um fio externo até a base da cabeça do paciente e dali até um carrinho com um sistema de computadores que processam os sinais.

Após um estudo de 20 seções que durou dois meses, os idealizadores do projeto constataram que o paciente conseguia movimentar o cursor na tela e jogar "Pong" com 70% de acerto. O chip permitiu ao paciente controlar também uma TV enquanto fazia outras tarefas como falar e mexer a cabeça.

A empresa planeja agora implantar o BG em mais quatro pacientes nas mesmas condições com idades entre 18 e 60 anos. Após treze meses o implante é retirado, mas se a pessoa concordar ser objeto de estudo permanece com ele.

A concorrente Neural Signals de Atlanta patenteou um método que lê a atividade cerebral sem tocar nos neurônios. Seu chip fica logo abaixo do crânio, sem tocar o cérebro. Outras equipes de pesquisa estão testando tecnologias que não envolvam cirurgias invasivas e usam encefalogramas para registrar os sinais do paciente.

Conforme a Cyberkinetics essas tecnologias apenas dão uma idéia geral da atividade do cérebro e seu método consegue traduzir mais sinais e de forma mais específica. Jon Mukand, do Sargent Rehabilitation Center em Rhode Island, disse que "o chip pode teoricamente mapear 100 neurônios. É muito mais versátil e flexível quando se pode pegar um número maior deles".

Já Stephen Roberts, engenheiro da Oxford University na Inglaterra, é prudente antes de soltar rojões. Ele declarou que "ainda temos de fazer algo que funcione em larga escala e sem muito treinamento ao paciente. A maioria desses aparelhos funciona bem em um pequeno grupo de pacientes, mas há muito chão antes de se fazer (os chips) funcionarem com a população em geral".

A Cyberkinetics também estuda no momento chips que estimulem os músculos dos pacientes, para que possam aos poucos tentar se movimentar novamente.




Fonte: Magnet

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