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Brasil espera que visita da ONU resolva impasse nuclear
As autoridades brasileiras estão otimistas com a possibilidade de que os inspetores da ONU que chegaram ao País na segunda-feira resolvam o impasse relativo às inspeções nucleares destinadas a comprovar que o Brasil não está desviando urânio enriquecido para a fabricação de armas.
Os três especialistas se reuniram no Rio com funcionários da Comissão Nacional de Energia Nuclear e de outros órgãos. Na terça-feira, eles visitam a fábrica de enriquecimento de urânio de Resende (RJ).
Odair Dias Gonçalves, presidente da comissão do governo, disse que a equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) vai verificar a nova proposta brasileira para que as inspeções se restrinjam a certas partes da fábrica, o que garantiria o controle da não-proliferação de armas nucleares, mas também protegeria a tecnologia nacional. "Estamos muito otimistas de que eles aceitem (nossa proposta)", disse Gonçalves a jornalistas. "Aí, em umas duas semanas eles vão enviar inspetores, e tomara que comecemos a homologar a fábrica. Isso deve levar cerca de seis meses."
A primeira unidade de enriquecimento da fábrica de Resende precisa do sinal verde da AIEA para começar a funcionar. Até agora, o Brasil vem vetando o acesso da agência às centrífugas de Resende. Parte da proposta brasileira consiste em mostrar tubos, válvulas e juntas que levam às centrífugas. Com isso, segundo o Brasil, os monitores podem acompanhar o uso do urânio, mas o resto do equipamento estará isolado com chapas metálicas.
Gonçalves disse que a AIEA está mais flexível e não exige mais um "acesso total e irrestrito". Mas, antes, a AIEA disse que precisa de um certo nível de acesso direto às centrífugas, para que saiba a velocidade de rotação do urânio a ser purificado, além de outros detalhes para contabilizar todo o material radiativo que entra no local.
Um diplomata em Viena, onde fica a sede da AIEA, disse sob anonimato que, embora ainda não haja acordo, os especialistas "esperam que ele seja fechado enquanto estão lá". Os inspetores não comentaram o assunto, pois as negociações sobre salvaguardas nucleares são sigilosas.
O enriquecimento é o processo que purifica o urânio para seu uso em usinas elétricas nucleares. O urânio usado em bombas atômicas normalmente é 20 vezes mais enriquecido do que o das usinas civis. O Brasil, que tem a quarta maior reserva de urânio do mundo, diz que o enriquecimento será apenas para fins pacíficos e envolvendo quantidades muito pequenas em comparação com outros países. O país já tem duas usinas nucleares em Angra dos Reis (RJ) e planeja construir uma terceira.
AIEA. Um importante analista nuclear disse que a AIEA também está preocupada com a hipótese de que um cientista nuclear paquistanês que vendeu tecnologia ao Irã e à Coréia do Norte possa ter também trabalhado com o Brasil.
O governo brasileiro disse que essas acusações são "incoerentes", enquanto a AIEA minimizou o comentário.
Os três especialistas se reuniram no Rio com funcionários da Comissão Nacional de Energia Nuclear e de outros órgãos. Na terça-feira, eles visitam a fábrica de enriquecimento de urânio de Resende (RJ).
Odair Dias Gonçalves, presidente da comissão do governo, disse que a equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) vai verificar a nova proposta brasileira para que as inspeções se restrinjam a certas partes da fábrica, o que garantiria o controle da não-proliferação de armas nucleares, mas também protegeria a tecnologia nacional. "Estamos muito otimistas de que eles aceitem (nossa proposta)", disse Gonçalves a jornalistas. "Aí, em umas duas semanas eles vão enviar inspetores, e tomara que comecemos a homologar a fábrica. Isso deve levar cerca de seis meses."
A primeira unidade de enriquecimento da fábrica de Resende precisa do sinal verde da AIEA para começar a funcionar. Até agora, o Brasil vem vetando o acesso da agência às centrífugas de Resende. Parte da proposta brasileira consiste em mostrar tubos, válvulas e juntas que levam às centrífugas. Com isso, segundo o Brasil, os monitores podem acompanhar o uso do urânio, mas o resto do equipamento estará isolado com chapas metálicas.
Gonçalves disse que a AIEA está mais flexível e não exige mais um "acesso total e irrestrito". Mas, antes, a AIEA disse que precisa de um certo nível de acesso direto às centrífugas, para que saiba a velocidade de rotação do urânio a ser purificado, além de outros detalhes para contabilizar todo o material radiativo que entra no local.
Um diplomata em Viena, onde fica a sede da AIEA, disse sob anonimato que, embora ainda não haja acordo, os especialistas "esperam que ele seja fechado enquanto estão lá". Os inspetores não comentaram o assunto, pois as negociações sobre salvaguardas nucleares são sigilosas.
O enriquecimento é o processo que purifica o urânio para seu uso em usinas elétricas nucleares. O urânio usado em bombas atômicas normalmente é 20 vezes mais enriquecido do que o das usinas civis. O Brasil, que tem a quarta maior reserva de urânio do mundo, diz que o enriquecimento será apenas para fins pacíficos e envolvendo quantidades muito pequenas em comparação com outros países. O país já tem duas usinas nucleares em Angra dos Reis (RJ) e planeja construir uma terceira.
AIEA. Um importante analista nuclear disse que a AIEA também está preocupada com a hipótese de que um cientista nuclear paquistanês que vendeu tecnologia ao Irã e à Coréia do Norte possa ter também trabalhado com o Brasil.
O governo brasileiro disse que essas acusações são "incoerentes", enquanto a AIEA minimizou o comentário.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/371350/visualizar/
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