Especialista diz que tecnologia tem contribuído para o desemprego no mundo

O governo precisa criar políticas de caráter permanente para atenuar o desemprego no Brasil. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, em entrevista à Rádio Nacional, pelo professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB) com especialização na área de desemprego, Jorge Arbache.

Segundo ele, o desemprego é um fenômeno observado, não só no Brasil, mas na América do Norte, América do Sul, Europa e Japão. De acordo com Arbache, a tecnologia tem contribuído de forma decisiva para fechar postos de trabalho. “As tecnologias, especialmente nos ambientes de economia aberta, estão mais integradas do que décadas atrás. Essa maior integração acaba por gerar uma corrida por competitividade, por elevação de produtividade, que afeta o trabalhador. Especialmente, o trabalhador comum, com menos qualificação, o trabalhador um pouco mais velho, ou o mais jovem”, explicou

Arbache ressaltou que, devido ao grande aumento da taxa de desemprego média mundial, o problema entra definitivamente na agenda econômica e política como um dos mais graves a serem solucionados pelos governos. Segundo ele, não há nenhuma solução a curto prazo para o problema.

“Na verdade, a necessidade de elevar a competitividade, de vender mais nos mercados internacionais, de competir com empresas estrangeiras nos mercados nacionais tem feito com que as empresas acelerem o uso de novas tecnologias", analisou. Segundo ele, a automatização acaba por diminuir a necessidade de empregar mão de obra, o que cria problemas para os governos, que têm de enfrentar o desemprego.