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Saúde
Segunda - 18 de Outubro de 2004 às 07:54

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O jornal britânico The Guardian informou na sua edição de hoje que cientistas pediram permissão para realizarem experimentos capazes de resultar no nascimento de uma criança com três pais biológicos diferentes. De acordo com autoridades médicas, o pedido deve ser aprovado em algumas semanas e tem por objetivo evitar que as mães passem para seus bebês doenças genéticas degenerativas.

A técnica, ainda em fase de experimentação por especialistas da Universidade de NewCastle, prevê a implantação do núcleo de um embrião de uma mãe portadora de genes de males degenerativos num óvulo de uma doadora saudável que tenha tido seu núcleo retirado.

O experimento apenas seria possível porque os óvulos humanos carregam pequenos corpúsculos esféricos denominados mitocôndrias, que abastecem de energia o feto em formação. Esses elementos têm seus próprios genes, herdados separadamente dos genes dos principais cromossomos da criança.

Alguns DNAs mitocondriais apresentam defeitos e podem transmitir entre uma ou 50 doenças degenerativas. Segundo o periódico britânico, estima-se que mais de mil crianças britânicas sofrem de doenças devido a defeitos mitocondriais, algumas de males cerebrais crônicos.

O neurologista Doug Turnbull e a embriologista Mary Herbet acreditam que ao implantar o núcleo de um embrião de uma mãe com mitocôndria defeituosa no óvulo de uma mulher com mitocôndria saudável, o feto ficará livre das doenças genéticas.

Antes mesmo de obter o sinal verde da Autoridade de Embriologia e Fertilização Humana (HFEA, na sigla em inglês), órgão britânico que regula esse tipo de experimento, os cientistas já vêm sendo criticados. Especialistas acreditam que a técnica fere princípios éticos e trazem mais riscos do que benefícios.

Caso consigam a aprovação do HFEA, os cientistas acreditam que serão necessários três anos de experiências para que a técnica possa ser oferecida como tratamento. Para testá-la, eles vão usar óvulos fertilizados de forma anormal, que seriam descartados pelas clínicas de fertilização in vitro.




Fonte: Terra

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