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Internacional
Segunda - 18 de Outubro de 2004 às 07:38

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O papa abriu o Ano da Eucaristia no domingo, com uma missa solene celebrada no Vaticano na qual disse que o mundo precisa de Deus para alcançar a paz, "que parece muito distante no começo deste milênio humilhado pela violência, pelo terrorismo e pela guerra".

João Paulo II afirmou que a "sombra ameaçadora" de uma cultura que nega o respeito à vida e a "sombra da indiferença" que condena muitas pessoas à fome e ao subdesenvolvimento se abateram sobre o mundo.

O papa, de 84 anos, fez estas declarações no discurso que pronunciou na basílica de São Pedro, transmitido via satélite para o ato de encerramento do 48º Congresso Eucarístico Internacional em Guadalajara (México).

João Paulo II leu vários parágrafos do discurso em espanhol, no início e no final. Para poupar esforço, o resto do texto foi lido em nome do papa pelo arcebispo argentino Leonardo Sandri, substituto da Secretaria de Estado ("número três" do Vaticano), como é habitual.

O papa ressaltou que o lema do evento, "A Eucaristia, Luz e Vida do Novo Milênio", convida a considerar o mistério eucarístico com mais atenção aos problemas atuais.

"O coração do homem tem necessidade de luz, oprimido pelo pecado, às vezes desorientado e cansado e testado por sofrimentos de todo tipo. O mundo tem necessidade de luz na busca difícil de uma paz que parece distante no começo de um milênio perturbado e humilhado pela violência, pelo terrorismo e pela guerra", escreveu o papa.

João Paulo II afirmou que a maior aspiração do homem é a vida, mas que "sombras ameaçadoras" pairam sobre esse objetivo.

"A sombra de uma indiferença que condena tantas pessoas a um destino de fome e subdesenvolvimento" e "a sombra de uma cultura que nega o respeito à vida em cada uma de suas fases" são ameaças, disse o papa, em clara e direta condenação ao aborto e à eutanásia.

Ele também disse que a sombra ameaçadora de uma busca científica "que às vezes está a serviço do egoísmo do mais forte" paira sobre a humanidade.

João Paulo II considera que é necessário se orientar pelas necessidades dos outros, sem esquecer que "nem só de pão vive o homem". Para o papa, o ser humano também precisa do "pão vivo que vem do céu e esse pão é Jesus".

Por isso, ele dedicou o ano que vai deste mês até outubro de 2005 à Eucaristia.

Este ano, precisou, convida os cristãos a tomar consciência mais viva deste sacramento, a uma celebração mais sentida e a uma adoração mais prolongada e fervorosa.

Por causa deste ano, João Paulo II publicou recentemente a Carta Apostólica "Emane nobiscum, Domine" (Senhor, fique conosco), na qual pediu que os cristãos se comprometam a testemunhar a presença de Deus no mundo com mais força do que nunca.

"Não tenhamos medo de falar dele e levar os signos da fé com a cabeça erguida. A Eucaristia promove uma cultura do diálogo. É um equívoco considerar que as referências públicas à fé possam menosprezar a justa autonomia do Estado e das instituições civis ou que possa animar comportamentos de intolerância", disse o papa em sua mensagem.

O papa também pediu que as comunidades cristãs reavivem as celebrações da missa dominical, para aumentar a adoração eucarística fora da missa.

Hoje, diante das milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro e das dezenas de milhares em Guadalajara, João Paulo II implorou para Deus ficar com os homens.

"Fique conosco, não nos abandone, não nos deixe prisioneiros das sombras e das trevas. Perdoe nossos pecados e oriente nossos passos pelo caminho do bem", pediu.

João Paulo II presidiu a missa, oficiada pelo cardeal secretário de Estado, Angelo Sodano. Durante a longa adoração, o papa permaneceu ajoelhado.

No final da leitura, ele anunciou que o próximo congresso eucarístico internacional será realizado em Quebec (Canadá) em 2008.




Fonte: Agência EFE

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