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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Quinta - 14 de Outubro de 2004 às 21:21

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A Faculdade de Medicina de Genebra desenvolveu uma nova molécula microbicida que pode evitar a transmissão do vírus da aids, sem que a pessoa precise usar preservativo, anunciaram hoje seus inventores. A molécula, batizada PSC-Rantes, pode ser utilizada sob forma de mousse ou de creme e aplicada sobre as mucosas dos órgãos genitais a fim de impedir a entrada do HIV no organismo durante as relações sexuais, explicou o professor Robin Offord, que dirigiu a pesquisa junto com o cientista Oliver Hartley.

A molécula foi testada sob forma de solução líquida em trinta macacos num laboratório de Louisiane. "Nós ficamos muitos felizes de constatar que, pela primeira vez, um agente biológico pôde proteger todos os indivíduos do grupo exposto à infecção", declarou o professor Offord, cujos trabalhos foram publicados ontem na revista americana Science. Os testes com homens poderão acontecer dentro dos próximos 12 meses, informou o pesquisador, para quem este tratamento só se expandirá em grande escala "em alguns anos".

A equipe espera que a molécula permita uma luta eficaz contra a epidemia nos países em desenvolvimento, que somam 95% das novas infecções e onde os homens possuem uma forte tendência a recusar o uso de preservativos. "Se um preservativo está à disposição, é melhor utilizar o microbicida como complemento", destacou o professor Offord. "Mas nós sabemos que, em certas regiões do mundo, o preservativo muitas vezes não é uma opção. A grande vantagem dos microbicidas é que eles podem ser utilizados sob o controle da mulher".

O produto foi elaborado de modo que ele possa agir mesmo em quantidade muito pequena. "Se forem aplicados quatro punhados da nossa molécula sob forma de pó em uma piscina olímpica, a água impede a transmissão do vírus às células contidas numa proveta", de acordo com o especialista. Mas "in vivo", quantidades muito maiores são necessárias, provocando custos elevados, enquanto que o produto deveria ser acessível em maior número nos países pobres.

A Universidade de Genebra espera que sua pesquisa provoque uma concorrência entre outros pesquisadores em relação ao desenvolvimento de um produto eficaz e barato. "Não foi dito que nossa molécula será aquela que será comercializada", declarou o professor. "Esta será talvez uma variante que custa menos caro. O essencial, é que qualquer um a desenvolva".




Fonte: AFP

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