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Polícia Brasil
Quinta - 14 de Outubro de 2004 às 08:48
Por: Márcia Oliveira

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Aparecida Ferreira Fago, decidiu ontem que o delegado Edgar Fróes irá a júri popular sob a acusação de ser o mandante da morte da empresária Marluce Maria Alves e de seu filho Rodolfo Alves de Oliveira Lopes, assassinados a tiros na casa onde viviam, no bairro Sangri-lá, em Cuiabá. O crime ocorreu no dia 18 de março deste ano, às 7h30, quando Rodolfo deixava sua casa para ir para a Universidade de Cuiabá (Unic), onde fazia direito.

As investigações policiais e a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) indicaram que o delegado temia que Marluce o denunciasse à Corregedoria da Polícia Civil, pelo crime de apropriação indébita. Para evitar sua exposição, o delegado teria planejado e contratado o pescador Josuel Corrêa da Costa para roubar de Marluce as provas que ela tinha contra ele. O plano porém, deu errado. Ao invés de roubar a empresária, os contratados mataram a empresária e o filho.

Segundo o inquérito, a relação de Marluce com o delegado teria começado depois que ela se sentiu acuada e ameaçada pelo agiota Trajano Bispo Souza Filho, para quem devia a soma de R$ 37,4. Trajano teria cobrado mãe e filho de forma agressiva e, com medo, os dois resolveram registrar um boletim de ocorrências, contra o agiota, na delegacia onde Fróes trabalhava.

Desde o início o delegado teria se mostrado disposto a ajudar na resolução do problema e sugeriu que ambos (devedora e credor) assinassem um contrato no qual fosse definida a forma de pagamento da dívida. A sugestão foi acatada e um contrato foi assinado. No documento ficou definido que Marluce pagaria a dívida em seis parcelas mensais. O dinheiro seria entregue ao delegado, que o repassaria ao agiota. Porém, depois de Marluce ter pago cinco parcelas, Trajano voltou a ameaçá-la afirmando que não estava recebendo.

As investigações informam que Marluce descobriu que Fróes não repassava os valores e então o ameaçou de levar todos os recibos, com as assinaturas dele, para a Corregedoria. Assim, a empresária acreditava que seria reembolsada. O delegado, no entanto, convenceu Marluce de que estava com o dinheiro para quitar a dívida e marcou um encontro para as 7h30 do dia 18 de março. No encontro, Marluce receberia o dinheiro e Fróes, seus recibos. Segundo a acusação, a situação planejada por Fróes estava armada. Os ladrões contratados por Fróes deveriam entrar na casa, pegar a bolsa de Marluce e posteriormente queimar tudo que estivesse dentro dela. Tudo isso foi feito. Mas, por um erro de comunicação ou por vontade própria, o adolescente contratado para entrar na casa decidiu matar os dois. Ao ser questionado sobre sua atitude, ele disse que matou para evitar que depois fosse reconhecido pelas vítimas.




Fonte: A Gazeta

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