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Polícia Brasil
Quinta - 14 de Outubro de 2004 às 08:40
Por: CARLOS MARTINS

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Coordenada pelo Ministério da Defesa, Operação Jauru II vai monitorar a divisa do Brasil com Bolívia e Paraguai.

Cerca de três mil homens integrantes das Forças Armadas começaram ontem nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul a Operação Jauru II, que irá monitorar nos dois Estados 2,3 mil quilômetros de fronteira com a Bolívia e Paraguai. A missão terá o apoio dos órgãos de Segurança Pública e de fiscalização federais e estaduais. A ação visa combater o crime organizado, especialmente o tráfico de drogas e roubo de veículos (que são trocados por droga nos países vizinhos), além de patrulhar e fiscalizar estradas e rios da região monitorada e promover assistência médica e odontológica às comunidades.

Barreiras móveis e fixas serão montadas entre Comodoro (Norte de Mato Grosso) a Mundo Novo (Sul de Mato Grosso do Sul). Pela primeira vez a operação terá, além do Exército, a participação da Marinha e Aeronáutica e o “Comando Único” terá a coordenação do Ministério da Defesa por meio do Comando Militar do Oeste - 9ª Divisão do Exército.

Em Mato Grosso do Sul a operação conta também com homens da Aeronáutica (da Base Aérea de Campo Grande) e da Marinha (do 6° Distrito Naval) que atuarão no Sul do Estado. Estão sendo utilizados 500 veículos, seis helicópteros e quatro navios de guerra, que vão fazer barreiras no Rio Paraguai. Já em Mato Grosso, a ação fica por conta do Exército com o apoio das polícias Rodoviária e Federal, Civil, Militar, Receita Federal, Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), Ibama e órgãos de fiscalização fazendária e ambiental dos dois Estados. A coordenação da operação em Mato Grosso é da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada que vai atuar na região de Cuiabá/Várzea Grande (com postos no Trevo do Lagarto e saída para Rondonópolis) e também em Coxim (MS), Barra do Garças e Rondonópolis. A região de fronteira entre Cáceres e Comodoro será monitorada pela 18ª Brigada de Fronteira, com sede em Cáceres. Uma companhia de Coxim (MS) estará apoiando o Exército em Mato Grosso.

“Para o Exército a operação é importante como treinamento, para dar mais rapidez as ações, cumprindo, assim, com nossa missão constitucional. As Forças Armadas vão dar a retaguarda para que os demais órgãos de Segurança Pública executem seus trabalhos de repressão ao crime organizado”, disse ontem o major do Exército César Henrique Romão, um dos coordenadores da operação que testará, ainda, os procedimentos de Logística e Comunicação das três forças. Como parte da estratégia, o Exército não cita o prazo da operação, nem os locais e o total de postos móveis e fixos que estarão montados.

A Polícia Civil determinou a participação de cinco delegacias metropolitanas na operação. Cada equipe será formada por dez policiais e um delegado, que terão duas viaturas à disposição. Estas equipes trabalharão integradas com os demais órgãos de segurança e em dias alternados atuarão em pontos estratégicos, de acordo com a estratégia montada pelo Exército. Estão participando as delegacias regionais de Rondonópolis, Barra do Garças, Cáceres, Alto Araguaia e Pontes e Lacerda. Diariamente as equipes enviarão ao Exército um relatório das atividades. Também estão integradas as equipes da Polícia Federal da Superintendência, em Cuiabá, e das delegacias de Barra do Garças, Cáceres e Rondonópolis. Na operação Suçuarana, em junho do ano passado, trabalharam 2.127 homens. Foram apreendidos na ocasião 5,3 mil quilos de drogas, 62 veículos irregulares e 17 armas de diversos calibres, além de autuações por crimes ambientais. Já na Operação Jauru, desencadeada em outubro do ano passado, foram aprendidas 40 armas, 60 veículos, US$ 4 mil e 35 quilos de cocaína.




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