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Nacional
Quinta - 14 de Outubro de 2004 às 07:38
Por: Simone Harnick

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São Paulo - O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) será alvo de nova investigação do Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo. Segundo o promotor Sílvio Marques, a Promotoria da Cidadania abrirá nos próximos dias inquérito civil para apurar supostas irregularidades no setor de transportes que teriam ocorrido na gestão de Maluf na Prefeitura. O inquérito se baseará na gravação de conversa entre o ex-vereador João Brasil Vita (PP) e o ex-deputado Armando Mellão, na qual Vita apontava desvio de dinheiro em compras de ônibus envolvendo Maluf e o então secretário de Governo, Edvaldo Alves da Silva. Hoje, o ex-prefeito e Vita depuseram no Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, sobre as gravações feitas por Mellão. Ele disse que era procurado por Vita e foi orientado a gravar as conversas. Nelas, supostamente, o ex-vereador lhe oferecia dinheiro para desmentir acusações a Maluf e dizer que estava a serviço dos tucanos. Em junho, Mellão acusou o ex-prefeito de desviar verbas da obra do Túnel Ayrton Senna e da Avenida Água Espraiada, atual Jornalista Roberto Marinho. No depoimento, Maluf declarou não ter conhecimento das conversas e afirmou que as gravações fazem parte de uma armação tucana. "Preocupa uma denúncia de presidiário?", indagava, referindo-se a Mellão, que foi preso em março, acusado de tráfico de influência. "Eu não conversei isso nem com o Brasil Vita e muito menos com Mellão. Como é que eu iria conversar com o sujeito ex-presidiário, delinqüente, chantagista, preso pela Polícia Federal praticando extorsão? Não conversei com ninguém." O advogado dele, Ricardo Tosto, disse que processará Mellão. Vita saiu sem dar declarações. Segundo o promotor José Reinaldo Carneiro, do Gaeco, ele confirmou que Maluf não tinha conhecimento das conversas. "Brasil Vita assume como dele os diálogos e não nega a autenticidade. Mas diz que estava vendo até onde ia o Mellão".




Fonte: Agência Estado

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