Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 13 de Outubro de 2004 às 17:37

    Imprimir


Os cidadãos norte-americanos são 80% dos turistas sexuais na América Latina, atraídos pela facilidade que encontram para viajar e o baixo custo do transporte, denunciou hoje em Washington Joseph Mettimano, da ONG World Vision, no lançamento de uma campanha para combater a exploração de crianças por americanos que viajam ao exterior. Segundo ele, os países que enfrentam este problema na América Latina são México, Costa Rica e República Dominicana, e na Ásia, Tailândia e Camboja. "Na América Latina, o percentual de americanos (que buscam sexo com crianças) chega a 80%, simplesmente porque é mais fácil e mais barato para eles viajarem para esta região", disse Mettimano nesta terça-feira, ao lançar a campanha, realizada de forma conjunta com o Departamento de Estado americano. "Vinte e cinco por cento dos turistas que abusam de crianças no mundo são norte-americanos", acrescentou o diretor do programa de prevenção de turismo sexual da ONG.

O representante do Departamento de Estado para a luta contra a escravidão internacional, John Miller, citou uma viagem feita no fim de semana a Tijuana (norte do México), na fronteira com os Estados Unidos. "Tivemos a oportunidade de andar de carro pelas ruas da cidade de pudemos observar de noite várias meninas de 12, 14 e 16 anos em frente a bares e bordéis", contou, durante entrevista coletiva. "Também vimos muitos carros com placa americana, gente dos Estados Unidos que viaja para o sul e passa a fronteira para ir a Tijuana", afirmou. "É apenas uma visão do problema", acrescentou.

Na mesma entrevista coletiva, a ministra costarriquenha da Infância, Rosalía Gil, negou que seu país seja um destino para turistas em busca de relações sexuais com menores e garantiu que algumas ONGs exageram o problema. "Nossas crianças não são uma atração turística", afirmou a ministra.

A campanha contra o turismo sexual foi lançada um ano depois de o Congresso aprovar o fortalecimento da lei que permite condenações de até 30 anos de prisão para os autores deste tipo de crime no exterior. Desde a entrada em vigor da nova lei, sete americanos foram extraditados pelos países onde cometeram estes crimes e presos nos Estados Unidos. O primeiro, um homem de 70 anos, foi condenado em junho passado a 97 meses de prisão.

A campanha inclui anúncios na Internet no portal Yahoo, que visam a complicar o trabalho dos que tentam entrar nas páginas que oferecem sexo com crianças. A ONG também "negocia atualmente com as companhias aéreas a divulgação do mesmo tipo de anúncio em seus vôos para a América Latina e a Ásia", declarou Mettimano. Além disso, as autoridades americanas planejam reunir-se com os representantes de 50 países da ONU para estreitar sua cooperação.




Fonte: AFP

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/372113/visualizar/