Dois suíços são investigados por tráfico de material nuclear

As autoridades judiciais da Suíça investigam o envolvimento de dois suíços em caso de tráfico internacional de materiais nucleares suscetíveis de serem utilizados com fins militares, informou hoje, quarta-feira, um porta-voz oficial.

A investigação judicial se baseia na entrega de programas secretos sobre armamento nuclear a outros países, crime em que estariam envolvidos três suíços e um alemão, confirmou o porta-voz da Procuradoria da Suiça, Hansjurg Wiedmer, à agência local ATS.

A ação judicial aberta na Suíça é independente da que está em andamento na Alemanha, onde foram detidos nos últimos dias um dos suíços e o alemão envolvidos na trama.

Segundo Wiemer, as autoridades judiciais suíças investigam se os quatro teriam entegue materiais e planos para os programas secretos de armamento nuclear da Líbia e do Irã.

No fim de setembro, as autoridades alemãs detiveram um cidadão de 53 anos suspeito de fornecer a um país estrangeiro 24 telemanipuladores utilizados na indústria atômica.

Na semana passada também foi detido na Alemanha um suíço de 39 anos acusado de estar particularmente implicado no programa nuclear militar da Líbia.

Os nomes dos quatro figuram em uma lista de 15 pessoas que se baseia em informações repassadas pela Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA).

As suspeitas que recaem sobre os suíços estão relacionadas com dados fornecidos pelas autoridades da Malásia, que acusam três indivíduos, um pai e seus dois filhos, de fazer parte da rede do cientista Abdul Qader Khan, a quem é atribuído o programa de construção da bomba atômica do Paquistão e a entrega de tecnologia nuclear ao Irã.