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Custo alto afeta o plantio do milho em Lucas do Rio Verde
O cenário agrícola para os produtores de Mato Grosso não está nada bom. Preços em queda e custo de produção em alta. Situação que pode resultar em redução drástica de área plantada na safra 2004/2005 em quase todas as culturas: soja, algodão, milho e arroz. Em relação ao milho segunda safra, a queda na região de Lucas do Rio verde deve ser de 10%.
"Do jeito que estão as coisas vamos plantar muito menos na segunda safra. No preço que está ninguém tem motivação de cultivar o milho na região", afirmou o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Lucas do Rio Verde, Helmute Augusto Lawisch.
No caso do milho safrinha, desde a safra passada, o Estado registrou queda de produção (- 12%) e área cultivada (- 8%), conforme levantamento realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Mesmo assim foi o segundo maior produtor brasileiro do milho safrinha, com 2,7 milhões de toneladas.
No caso do milho segunda safra - plantado após a colheita da soja - houve considerado aumento de 15% de área semeada e de 8,8% na produção.
No total, Mato Grosso, o segundo maior produtor do Centro-Oeste, plantou 970,9 mil hectares e colheu 3,349 milhões de toneladas.
Falta infra-estrutura
A causa principal desta elevação foi o aumento do plantio de sucessão realizado após a colheita da soja.
Entretanto, a distância das fazendas aos centros consumidores e a falta de infra-estrutura para deslocar a produção a baixo custo, segundo Lawisch, prejudicam a rentabilidade dos produtores rurais, que não estão conseguindo um preço médio superior a R$ 10 por saca de 60 kg. Hoje oscila entre R$ 9,50 e R$ 10.
"Só o custo de produção equivale a R$ 11 ou R$ 12. Para que vamos plantar, para tirar dinheiro do nosso bolso?", questiona o produtor.
De acordo com ele, para garantir uma rentabilidade razoável, os preços teriam que estar entre R$ 14 e R$ 15 a saca de 60 kg. "Todos os produtores estão muito apreensivos com o cenário agrícola, não visualizamos melhora em curto prazo", assinalou Helmute Lawisch.
Segundo ele, além de menos oferta do produto no mercado, o resultado mais negativo dessa redução de produção seria o desemprego. "Se não plantamos diminui a oferta de trabalho", afirmou o presidente do sindicato.
Fonte:
Folha do Estado
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