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Ex-presidente da Funai é assassinado em Rondônia
O ex-presidente da Funai Apoena Meireles foi assassinado na noite de ontem com três tiros em Porto Velho, em Rondônia. O indigenista foi baleado quando deixava um posto do Banco do Brasil. O suposto assaltante fugiu levando o dinheiro.
Em Porto Velho, vários índios participaram do velório do corpo de Meirelles, que já está em Brasília, onde também será velado.
O diretor da Polícia Civil do Estado de Rondônia, Carlos Eduardo Ferreira, disse à Agência Brasil que a única hipótese que está sendo levantada é a de crime de latrocínio (roubo seguido de morte). Entretanto, a hipótese de crime político ou morte encomendada não foi descartada, já que Apoena estava trabalhando como coordenador da Operação Roosevelt, que pretendia encontrar os responsáveis pela chacina que matou 29 garimpeiros no início deste ano na reserva dos índios Cintas-Largas.
Apoena era coordenador de um trabalho do governo federal que estuda a regulamentação de mineração em terra indígena. O presidente da Funai, Mercio Pereira Gomes, lamentou a morte de Apoena e disse que vai apurar o caso até o final.
No momento do crime, o sertanista estava acompanhado de uma funcionária da fundação. Ela disse que um rapaz, aparentando ter 18 anos de idade, se aproximou dos dois no caixa eletrônico do banco e anunciou o assalto.
Segundo ela, Apoena teria colocado o dinheiro na carteira e, ao dar um passo na direção do assaltante, recebeu um tiro no peito. Em seguida o rapaz fugiu, mas Apoena correu atrás e houve um segundo disparo, mas não acertou o sertanista, que continuou a perseguição. O assaltante então deu um terceiro disparo, atingindo Apoena no abdômen. O sertanista morreu antes de chegar ao hospital.
"Nós recebemos essa notícia com muita tristeza e revolta. Apoena era muito querido em todo estado, porque ele e o pai (Chico Meireles) foram dois desbravadores da região. Para os índios é uma perda muito dolorosa", ressaltou o assessor da Funai, Vitorino Nascimento.
O assessor da Funai afirmou que a polícia já fez um retrato falado do assaltante e junto com a Polícia Federal estão à procura do assassino. As câmeras de vídeo internas do banco serão utilizadas para descobrir a identidade do criminoso, que fugiu de bicicleta. "Três equipes estão trabalhando e monitorando alguns suspeitos, mas ainda não tivemos a identificação do fugitivo", informou.
O assessor informou que o corpo já passou por uma autópsia no Instituto Médico Legal (IML). Vitorino disse que o corpo deve ser enterrado no Rio de Janeiro.
O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, lamentou o assassinato. Segundo Mércio, Apoena estava numa missão junto aos índios Cinta-Larga para lhes comunicar a decisão do governo federal em fechar o garimpo e de buscar uma nova legislação que estabelecesse uma racionalidade no processo de mineração na região, rica em minerais como cassiterita, ouro e diamantes.
O presidente da Funai acredita que as investigações das polícias Militar e Federal possam descobrir o real motivo do assassinato, revelando se foi uma fatalidade ou mesmo um crime encomendado. "Tem que esperar as investigações, ver o que foi isso, se foi uma dessas tragédias brasileiras de assalto a mão armada ou se tem uma implicação mais cruel e feroz relacionada com os Cintas-larga", avaliou ele.
Histórico
O sertanista, Apoena Meirelles, 55 anos, era filho do também sertanista Francisco Meirelles. Ele nasceu numa aldeia Xavante em Pimentel Barbosa (MT) e desde cedo acompanhava o pai nas frentes de trabalho nas aldeias. Seu nome Apoena foi uma homenagem a um famoso líder Xavante.
Apoena tinha 17 anos quando fez contato, pela primeira vez, com os índios Cintas-larga junto com seu pai, em 1967. Autor de um projeto de descentralização da Funai, ocupou a presidência da fundação durante o período de novembro de 1985 a maio de 1986.
Apoena esteve com dezenas de outros povos indígenas no Brasil e havia se aposentado na Funai, mas foi convidado a voltar ao trabalho e ocupava o cargo de Coordenador Regional da Região de Rondônia, onde possuía contatos com os povos Uruí, Soro e, especificamente, os Cintas-Larga de Rondônia e da reserva de Apurinã, que fica no Mato Grosso.
O diretor da Polícia Civil do Estado de Rondônia, Carlos Eduardo Ferreira, disse à Agência Brasil que a única hipótese que está sendo levantada é a de crime de latrocínio (roubo seguido de morte). Entretanto, a hipótese de crime político ou morte encomendada não foi descartada, já que Apoena estava trabalhando como coordenador da Operação Roosevelt, que pretendia encontrar os responsáveis pela chacina que matou 29 garimpeiros no início deste ano na reserva dos índios Cintas-Largas.
Apoena era coordenador de um trabalho do governo federal que estuda a regulamentação de mineração em terra indígena. O presidente da Funai, Mercio Pereira Gomes, lamentou a morte de Apoena e disse que vai apurar o caso até o final.
No momento do crime, o sertanista estava acompanhado de uma funcionária da fundação. Ela disse que um rapaz, aparentando ter 18 anos de idade, se aproximou dos dois no caixa eletrônico do banco e anunciou o assalto.
Segundo ela, Apoena teria colocado o dinheiro na carteira e, ao dar um passo na direção do assaltante, recebeu um tiro no peito. Em seguida o rapaz fugiu, mas Apoena correu atrás e houve um segundo disparo, mas não acertou o sertanista, que continuou a perseguição. O assaltante então deu um terceiro disparo, atingindo Apoena no abdômen. O sertanista morreu antes de chegar ao hospital.
"Nós recebemos essa notícia com muita tristeza e revolta. Apoena era muito querido em todo estado, porque ele e o pai (Chico Meireles) foram dois desbravadores da região. Para os índios é uma perda muito dolorosa", ressaltou o assessor da Funai, Vitorino Nascimento.
O assessor da Funai afirmou que a polícia já fez um retrato falado do assaltante e junto com a Polícia Federal estão à procura do assassino. As câmeras de vídeo internas do banco serão utilizadas para descobrir a identidade do criminoso, que fugiu de bicicleta. "Três equipes estão trabalhando e monitorando alguns suspeitos, mas ainda não tivemos a identificação do fugitivo", informou.
O assessor informou que o corpo já passou por uma autópsia no Instituto Médico Legal (IML). Vitorino disse que o corpo deve ser enterrado no Rio de Janeiro.
O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, lamentou o assassinato. Segundo Mércio, Apoena estava numa missão junto aos índios Cinta-Larga para lhes comunicar a decisão do governo federal em fechar o garimpo e de buscar uma nova legislação que estabelecesse uma racionalidade no processo de mineração na região, rica em minerais como cassiterita, ouro e diamantes.
O presidente da Funai acredita que as investigações das polícias Militar e Federal possam descobrir o real motivo do assassinato, revelando se foi uma fatalidade ou mesmo um crime encomendado. "Tem que esperar as investigações, ver o que foi isso, se foi uma dessas tragédias brasileiras de assalto a mão armada ou se tem uma implicação mais cruel e feroz relacionada com os Cintas-larga", avaliou ele.
Histórico
O sertanista, Apoena Meirelles, 55 anos, era filho do também sertanista Francisco Meirelles. Ele nasceu numa aldeia Xavante em Pimentel Barbosa (MT) e desde cedo acompanhava o pai nas frentes de trabalho nas aldeias. Seu nome Apoena foi uma homenagem a um famoso líder Xavante.
Apoena tinha 17 anos quando fez contato, pela primeira vez, com os índios Cintas-larga junto com seu pai, em 1967. Autor de um projeto de descentralização da Funai, ocupou a presidência da fundação durante o período de novembro de 1985 a maio de 1986.
Apoena esteve com dezenas de outros povos indígenas no Brasil e havia se aposentado na Funai, mas foi convidado a voltar ao trabalho e ocupava o cargo de Coordenador Regional da Região de Rondônia, onde possuía contatos com os povos Uruí, Soro e, especificamente, os Cintas-Larga de Rondônia e da reserva de Apurinã, que fica no Mato Grosso.
Fonte:
Agência Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/372613/visualizar/
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