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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Quinta - 07 de Outubro de 2004 às 19:28

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O ministro da Saúde e da Proteção Social da França, Philippe Douste-Blazy, visita hoje a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro, onde assiste à assinatura de convênio entre o Instituto Pasteur e a instituição. Às 11h, no Palácio da Cidade, o ministro francês assina protocolo de intenções com a prefeitura do Rio em diversas áreas da saúde

Philipe Douste-Blazy e uma delegação de 12 técnicos franceses vieram ao Brasil para propor ao ministro Humberto Costa e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva acordos bilaterais na área de gestão hospitalar e pesquisa científica. Um dos acordos resultará na criação de um centro internacional de cooperação em HIV e aids que envolve o Brasil, a França e o Programa das Nações Unidas para a Aids (Unaids).

Outro acordo estabelecerá cooperação para reativar a pesquisa e a produção de anti-retrovirais no Brasil, o que resultará na retomada de produção da indústria nacional de medicamentos. A intenção é, além de abastecer o mercado interno, produzir os remédios para exportação a países com menor capacidade aquisitiva. O ministro Humberto Costa disse que vai conhecer mais profundamente os termos da proposta, mas adiantou que ela pode ser uma alternativa importante.

“Nessa proposta que nos foi formulada, o que vemos é que há possibilidade de transferência de tecnologia para produção de medicamentos e, a partir daí, (ativar) o processo de exportação”, afirmou Costa. Sobre a criação do centro internacional de cooperação técnica em HIV e aids, o ministro considera o projeto viável, já que o Brasil tem se “inspirado muito na política francesa para o controle da doença”.

Para o coordenador nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids), Pedro Chequer, a possibilidade de criação do centro “é concreta”. Segundo ele, uma das finalidades da instituição seria fazer com que o Brasil prestasse apoio aos os países de língua francesa na África. A idéia, de acordo com o coordenador, é do diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para a Aids (Unaids) e foi apresentada pelo ministro francês da Saúde ao presidente Lula ontem à tarde.

Com relação à retomada da produção de medicamentos anti-retrovirais por indústrias brasileiras, Chequer salientou que “é fundamental que o Brasil resgate a situação observada em 1997 e 1998, quando a participação (de indústrias nacionais na produção dos medicamentos) era maior”, disse. Hoje, o Brasil produz apenas 20% dos medicamentos anti-retrovirais que consome. A queda na produção, de acordo com Chequer, se deve à falta de estímulo à pesquisa para novos medicamentos. “À medida em que os medicamentos (produzidos no Brasil) ficaram antigos, eles foram substituídos por novos”, afirmou.

No início deste ano, estudo publicado por uma agência francesa de pesquisa em aids, a ANRS, aconselhou o governo brasileiro a aumentar o investimento na pesquisa do princípio ativo dos anti-retrovirais, remédios usados no controle do vírus HIV. Caso contrário, o país correria o risco de, nos próximos anos, enfrentar dificuldades para importar essa matéria-prima de países como Índia e China.




Fonte: Agência Brasil

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