Risco e custo elevado impedem empresários de investir, diz diretor do BNDES

Risco, custo elevado da operação e do investimento e capacidade ainda ociosa em alguns setores explicam a baixa demanda do empresariado brasileiro por financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A avaliação foi feita nesta quinta-feira pelo diretor da área industrial da instituição, Fábio Erber.

Segundo ele, "não tem empresário batendo à porta do BNDES, em função do risco e do custo do investimento, que continua relativamente caro, e provavelmente tem dúvidas sobre a sustentabilidade do crescimento”. Para o diretor, um elemento que inibe o investimento é a “recuperação ainda tênue do mercado interno”.

Erber disse que setores que têm mercado garantido e são exportadores, como o siderúrgico, de papel e celulose, de minerais não-ferrosos e petroquímico, continuam como clientes do BNDES e apresentando projetos de grande porte. “Capacidade é essencial, porque o empresário só investe quando chega próximo ao seu esgotamento. Todas as estatísticas mostram que o problema de capacidade já ocupada é muito definido setorialmente e comprova a minha tese de que esses setores estão investindo”.

Para Erber, o caminho para incentivar o investimento do empresariado brasileiro passa pela redução do custo básico, que é a Taxa de Juros de Longo Prazo(TJLP), hoje de 9,75% ao ano. "Tem que ser uma taxa que incentive o investimento e seja balizada em variáveis de longo prazo (juros e inflação) e não em fatores de curto prazo, como o risco país", sugeriu o diretor.