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Saúde
Terça - 05 de Outubro de 2004 às 15:34
Por: Jesiel Pinto

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A partir do dia 11 de outubro começa, em Cuiabá, a realização do primeiro inquérito nacional sobre a hepatite. O objetivo é identificar, na população, o nível em que se encontra a hepatite. O inquérito é uma iniciativa do Ministério da Saúde que tem o apoio da Secretaria de Estado de Saúde (Ses) e do Hospital Julio Muller.

A coordenadora estadual do Programa de Hepatites Virais da Ses, Sandra Moreira Monteiro, afirmou estar segura da necessidade do inquérito. E apresenta dois motivos para isso. “Primeiro é que a hepatite é conhecida como ‘a doença silenciosa’. Ou seja, quando a pessoa descobre que tem hepatite a doença já alcançou um estágio difícil de controlar. O segredo do êxito do tratamento, portanto, está no diagnóstico precoce”.

Nesse aspecto o inquérito proposto pelo Ministério da Saúde pode ajudar. Serão sorteados 30 bairros de Cuiabá e, neles, serão escolhidas casas por sorteio. A estimativa é que sejam visitadas 835 casas na capital. As equipes de Saúde que irão visitar a população terão identificação visível e o que se pede, desde agora, é que os moradores recebam os membros dessas equipes de forma amigável. O trabalho que eles irão realizar tem o objetivo de ajudar a comunidade.

O segundo motivo que torna o inquérito uma necessidade é que “não existe, em Cuiabá e no resto do país, informações que levantem a situação da doença, que nos dêem um perfil da hepatite nas capitais dos Estados”, explicou Sandra Moreira. “As informações que temos são apenas de notificação”.

O médico de referencia para as hepatites, no Estado, Francisco José Dutra Souto, acrescentou que o inquérito já começou nas capitais do Nordeste. “Aqui na região Centro-Oeste”, ele lembrou, “o inquérito já começou em Goiânia. Cuiabá será a segunda capital onde ele será instalado”. O levantamento tem como principal foco o que Francisco José chama de “setores censitários”.

“Setores censitários”, segundo o médico, que trabalha com hepatites há doze anos no Hospital Julio Muller, são lugares que reúnem condições para o desenvolvimento da doença. As capitais, pelo aglomeramento da população, reúnem essas condições. Francisco José alistou benefícios do inquérito: “Com ele teremos a possibilidade de planejar as ações da Saúde no tratamento das hepatites e poderemos providenciar tratamentos específicos para a doença”, afirmou.

COMO SERÁ – “Os moradores que forem visitados pelos técnicos da Saúde devem, de início, afastar qualquer idéia preconcebida sobre a visita”, pediu Francisco José. “Devem lembrar-se que sua casa foi escolhida ao acaso, por sorteio, e que não existe qualquer suspeita de que seus moradores tenham desenvolvido a doença”.

A equipe visitante realizará uma entrevista com os moradores. Depois, usando uma seringa descartável, recolherão amostras de sangue (10 ml dos adultos e 5 ml das crianças) que serão enviadas a laboratórios. Os resultados dos exames são sigilosos e serão enviados diretamente aos visitados cerca de 30 dias após a visita. Se, por acaso, uma das duas formas de hepatite for detectada nas amostras de sangue recolhidas a pessoa de quem se recolheu o sangue terá direito a tratamento no Hospital Julio Muller.

A superintendente de Saúde Coletiva, Moema da Silva Couto Blatt, ressaltou que o inquérito é uma estratégia de integração. “Ele envolve a participação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), de pessoal de laboratórios do governo, de servidores da Secretaria Municipal de Saúde, do Hospital Júlio Muller e de nós, daqui da Secretaria de Estado de Saúde”, afirmou.




Fonte: Secom - MT

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