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Economia
Terça - 05 de Outubro de 2004 às 10:25

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Alguns frigoríficos de Mato Grosso estão comercializando peixes processados (cortados em pedaços) em supermercados do Tocantins e Minas Gerais. Porém, o comércio em outros mercados consumidores não é maior por falta de produção. "Existe uma demanda reprimida por peixe até no mercado interno, a capacidade produzida não consegue atender nem o consumo local.

Tem muita gente querendo comprar e poucos com disponibilidade para vender", afirmou o assessor técnico da Seder (Secretária de Desenvolvimento Rural), especialista em piscicultura, Adair José de Moraes.

Segundo ele, em 2003, cerca de mil criadores produziram mais de sete mil toneladas de peixes. O número de peixe oriundo de rio, conforme o assessor, não é registrado.

Moraes explica que em Mato Grosso a piscicultura é uma atividade pouco explorada comercialmente porque o alto custo de produção e a falta de conhecimento técnico praticamente a inviabiliza economicamente.

"Os frigoríficos pagam por peixe somente dois reais, quase o mesmo valor do custo para o criador produzir", assinalou o assessor.

Segundo Moraes, dois quilos de ração são suficientes para um quilo de peixe, ou seja, um peixe custa para o criador R$ 2, para o produtor lucrar com a atividade ele teria de vender o produto por pelo menos R$ 2,5. Quando o peixe é industrializado há mais perdas, para cada 10 quilos (kg) vendido o produtor perde quatro kg. Aqueles criadores que possuem fábricas de ração podem aproveitar os refugos na produção de ração.

"Só produzindo em grande quantidade o criador consegue um retorno um pouco maior", observou Adair Morais.

Fins econômicos

Na opinião do secretário Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (Seap), Valter Santana, a atividade com fins econômicos é recente, iniciada há cerca de 10 anos.

"Temos vários problemas que emperram o desenvolvimento do comércio de peixe profissional. É preciso incentivo, linhas de créditos e conhecimento técnico", observou Santana.

Mesmo com todas dificuldades, Mato Grosso se posiciona no quinto lugar do ranking brasileiro de produção na aqüicultura (incluindo jacarés e rãs), com 8,6 mil toneladas, conforme dados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis) de 2002.

Na piscicultura, os dados mais recentes elaborados pela Empaer (Empresa Mato-grossense de Assistência e Extensão Rural) de 2000, mostram que somente na região de Cuiabá, envolvendo nove municípios, foram produzidos 1.540.430 unidades, entre os quais 657.800 da espécie pacu; 536.000, tambacu, 50.800, pintado; 182.500, piraputanga. À época havia 112 piscicultores que mantinham 446 viveiros.

"Esse número sofreu crescimento no início, depois queda, e agora existe a tendência de aumento", afirmou Moraes.




Fonte: Folha do Estado

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