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Powell chega ao País para reforçar laços com Lula
Na sua primeira visita ao Brasil, o secretário americano de Estado, Colin Powell, se reúne hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, às 17h30. Um forte esquema de segurança foi elaborado por Brasil e Estados Unidos para o encontro. A reunião deve tratar de assuntos como a participação do País no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a inspeção da planta de enriquecimento de urânio em Resende (RJ), o projeto de Lula de combate à fome e o reforço da ajuda ao Haiti.
O objetivo geral do encontro é mostrar como anda bem a relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos. "A relação está melhorando e se fortalecendo", disse Powell ontem, ao chegar em São Paulo. "Sei que o presidente George W. Bush tem interesse em fortalecer a boa relação que já mantém com Lula". Powell deixa o Brasil amanhã e deve visitar o Haiti.
"É um gesto político de apreço e o reconhecimento da importância da política externa brasileira", afirmou o diretor-geral do Departamento das Américas do Norte, Central e Caribe do Itamaraty, Marcelo Vasconcelos.
Outros temas que podem ser discutidos na reunião são a guerra no Iraque e a situação política na Venezuela, dividida após o referendo em que saiu vitorioso o presidente Hugo Chávez. "É um ponto de preocupação para o Brasil, EUA e todos os países que querem ver a democracia consolidada na Venezuela", disse Vasconcelos.
Protocolo da AIEA
O secretário norte-americano deverá cobrar que o Brasil assine o protocolo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que prevê inspeções mais rigorosas nos países associados.
Falando a jornalistas no avião a caminho do Brasil, ele deixou claro que não vê o programa nuclear do país como uma ameaça. "Nós não temos preocupação com o fato de o Brasil estar caminhando na direção de algo além do uso pacífico da energia nuclear, claro, e de produzir seu próprio combustível para suas usinas nucleares. Não há preocupação com proliferação, de nossa parte", disse Powell aos repórteres que viajavam em seu avião. "Acreditamos que eles deveriam trabalhar com a AIEA para satisfazer anecessidade de verificação da agência".
Quando perguntado sobre a recusa do Brasil em marcar uma data para que inspetores internacionais tenham o acesso que desejarem a suas instalações nucleares, Powell pareceu minimizar suas preocupações. "O Brasil não se recusou a deixar os inspetores entrar nas instalações", disse ele. "Uma equipe da AIEA deverá chegar em cerca de duas semanas".
Para Rafael Duarte Villa, professor de relações internacionais do departamento de Ciências Políticas da USP, a visita de Powell deve funcionar como uma maneira de pressão para que o Brasil assine o protocolo adicional ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear. "Acredita-se que uma negativa brasileira pode estimular outros países, como o Irã, a aprofundar suas pesquisas no desenvolvimento de programas nucleares", disse Villa à BBC Brasil.
O protocolo adicional daria mais liberdades para que a agência nuclear da ONU realize inspeções mais intrusivas e sem aviso prévio.
Cadeira na ONU
No entanto, Powell não deve manifestar apoio à entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Os Estados Unidos são a favor de uma reforma nas Nações Unidas, mas apóiam até o momento apenas a entrada de Japão e Alemanha no Conselho.
Talvez os americanos tenham menor entusiasmo pela postura do Brasil em relação ao comércio, inclusive no que diz respeito às queixas do país por causa dos subsídios agrícolas nos Estados Unidos. O maior elemento de barganha de Powell pode ser uma promessa de apoio para o Brasil em sua busca de uma cadeira permanente. Até agora, contudo, há poucos sinais de uma promessa pública.
Indagado sobre o assunto, Powell disse que os Estados Unidos não adotariam mais posições em iniciativas individuais até que um painel de especialistas indicados pela ONU e que estudam reformas da organização anunciem suas conclusões.
Reconhecimento
As relações entre os Estados Unidos e o Brasil melhoraram muito no último ano. Powell deu ao Brasil crédito pelo que chamou de seu importante papel de liderança no hemisfério e papel significativo também no cenário internacional.
Washington aplaude a habilidade diplomática do Brasil em aliviar a recente tensão política na Venezuela e o fato de que o Brasil recentemente assumiu o controle da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti.
Reforço na segurança
De acordo com a Folha de S. Paulo, Powell terá tratamento igual ou melhor do que muitos chefes de Estado em visita ao Brasil. Todos os 81 quartos do último andar de um dos mais luxuosos hotéis de Brasília foram fechados para a segurança do secretário, que contará com seu próprio pessoal armado e com o reforço de policiais brasileiros. Uma diária no hotel custa R$ 8 mil e a suíte presidencial reservada para Powell é usada por reis, rainhas, presidentes e primeiros-ministros em Brasília.
O esquema de segurança vem sendo organizado há cerca de um mês por policiais federais, americanos e representantes do cerimonial do Itamaraty e do Planalto. Um carro não-identificado, composto por policiais dos dois países, fará uma varredura no trajeto da comitiva. Os EUA solicitaram a instalação de detectores de metal e aparelhos de raio-x nos locais que não estavam equipados. Os agentes dos EUA receberam portes provisórios para armas de uso pessoal.
"Dobramos o efetivo de praxe em número de policiais e organizamos o esquema com a colaboração de policiais americanos", disse o chefe do Núcleo de Segurança de Dignitários da Polícia Federal, João Tonello Júnior.
O objetivo geral do encontro é mostrar como anda bem a relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos. "A relação está melhorando e se fortalecendo", disse Powell ontem, ao chegar em São Paulo. "Sei que o presidente George W. Bush tem interesse em fortalecer a boa relação que já mantém com Lula". Powell deixa o Brasil amanhã e deve visitar o Haiti.
"É um gesto político de apreço e o reconhecimento da importância da política externa brasileira", afirmou o diretor-geral do Departamento das Américas do Norte, Central e Caribe do Itamaraty, Marcelo Vasconcelos.
Outros temas que podem ser discutidos na reunião são a guerra no Iraque e a situação política na Venezuela, dividida após o referendo em que saiu vitorioso o presidente Hugo Chávez. "É um ponto de preocupação para o Brasil, EUA e todos os países que querem ver a democracia consolidada na Venezuela", disse Vasconcelos.
Protocolo da AIEA
O secretário norte-americano deverá cobrar que o Brasil assine o protocolo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que prevê inspeções mais rigorosas nos países associados.
Falando a jornalistas no avião a caminho do Brasil, ele deixou claro que não vê o programa nuclear do país como uma ameaça. "Nós não temos preocupação com o fato de o Brasil estar caminhando na direção de algo além do uso pacífico da energia nuclear, claro, e de produzir seu próprio combustível para suas usinas nucleares. Não há preocupação com proliferação, de nossa parte", disse Powell aos repórteres que viajavam em seu avião. "Acreditamos que eles deveriam trabalhar com a AIEA para satisfazer anecessidade de verificação da agência".
Quando perguntado sobre a recusa do Brasil em marcar uma data para que inspetores internacionais tenham o acesso que desejarem a suas instalações nucleares, Powell pareceu minimizar suas preocupações. "O Brasil não se recusou a deixar os inspetores entrar nas instalações", disse ele. "Uma equipe da AIEA deverá chegar em cerca de duas semanas".
Para Rafael Duarte Villa, professor de relações internacionais do departamento de Ciências Políticas da USP, a visita de Powell deve funcionar como uma maneira de pressão para que o Brasil assine o protocolo adicional ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear. "Acredita-se que uma negativa brasileira pode estimular outros países, como o Irã, a aprofundar suas pesquisas no desenvolvimento de programas nucleares", disse Villa à BBC Brasil.
O protocolo adicional daria mais liberdades para que a agência nuclear da ONU realize inspeções mais intrusivas e sem aviso prévio.
Cadeira na ONU
No entanto, Powell não deve manifestar apoio à entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Os Estados Unidos são a favor de uma reforma nas Nações Unidas, mas apóiam até o momento apenas a entrada de Japão e Alemanha no Conselho.
Talvez os americanos tenham menor entusiasmo pela postura do Brasil em relação ao comércio, inclusive no que diz respeito às queixas do país por causa dos subsídios agrícolas nos Estados Unidos. O maior elemento de barganha de Powell pode ser uma promessa de apoio para o Brasil em sua busca de uma cadeira permanente. Até agora, contudo, há poucos sinais de uma promessa pública.
Indagado sobre o assunto, Powell disse que os Estados Unidos não adotariam mais posições em iniciativas individuais até que um painel de especialistas indicados pela ONU e que estudam reformas da organização anunciem suas conclusões.
Reconhecimento
As relações entre os Estados Unidos e o Brasil melhoraram muito no último ano. Powell deu ao Brasil crédito pelo que chamou de seu importante papel de liderança no hemisfério e papel significativo também no cenário internacional.
Washington aplaude a habilidade diplomática do Brasil em aliviar a recente tensão política na Venezuela e o fato de que o Brasil recentemente assumiu o controle da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti.
Reforço na segurança
De acordo com a Folha de S. Paulo, Powell terá tratamento igual ou melhor do que muitos chefes de Estado em visita ao Brasil. Todos os 81 quartos do último andar de um dos mais luxuosos hotéis de Brasília foram fechados para a segurança do secretário, que contará com seu próprio pessoal armado e com o reforço de policiais brasileiros. Uma diária no hotel custa R$ 8 mil e a suíte presidencial reservada para Powell é usada por reis, rainhas, presidentes e primeiros-ministros em Brasília.
O esquema de segurança vem sendo organizado há cerca de um mês por policiais federais, americanos e representantes do cerimonial do Itamaraty e do Planalto. Um carro não-identificado, composto por policiais dos dois países, fará uma varredura no trajeto da comitiva. Os EUA solicitaram a instalação de detectores de metal e aparelhos de raio-x nos locais que não estavam equipados. Os agentes dos EUA receberam portes provisórios para armas de uso pessoal.
"Dobramos o efetivo de praxe em número de policiais e organizamos o esquema com a colaboração de policiais americanos", disse o chefe do Núcleo de Segurança de Dignitários da Polícia Federal, João Tonello Júnior.
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/373158/visualizar/
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