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Agronegócios
Sábado - 02 de Outubro de 2004 às 11:03
Por: NAIARA MARTINS

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A origem do "Cinturão Verde Pedra 90", localizado no perímetro rural de Cuiabá, também faz parte da história de fundação do bairro. Criado a partir da ocupação desordenada de uma área de 1.905 hectares, no final da década de 1980, foi desmembrado em aproximadamente 750 lotes, pertencentes à extinta COHAB (Companhia de Habitação). Cada lote, possuía uma área total de 2,5 ha.

Com o decreto da portaria Nº 012/01 de 09 de abril de 2001, a área foi regulamentada passando a responder definitivamente como assentamento rural. A regulamentação assegurou o assentamento imediato de pelo menos 500 famílias de pequenos produtores na terra. Classificado como assentamento agrário, o "Cinturão Pedra 90" passou a receber investimentos para a lida e o manejo da terra, sendo inserido no Programa Nacional de Auxílio a Família, o Pronaf, desenvolvido em Mato Grosso pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), em auxílio a famílias que demonstram aptidão pela produção rural.

Nesse mesmo período, uma parceria entre o Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), a extinta Secretaria de Transportes (SEET) e o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), viabilizou a construção de 298 unidades habitacionais atendendo a mais da metade dos assentados na área. Na parceria, a SEET participou com a aplicação de R$ 500 reais por unidade para a contratação da mão-de-obra, e ao Incra coube o repasse de R$ 3 mil para a aquisição de materiais de construção (alvenaria).

Hoje, o "Cinturão Verde Pedra 90", conta com mais de 400 famílias devidamente regularizadas e produzindo no local. Como é o caso do pequeno produtor Francisco de Melo, 59 anos, que faz do cultivo do abacaxi pérola o sustento de sua família. Nordestino da Paraíba, e filho de Mato Grosso a mais de 40 anos, o "Rei do Abacaxi", como ficou conhecido, cultiva hoje mais de 50 mil pés da fruta, abastecendo parte do mercado local.

Há cerca de um ano, conta o "Rei", o pequeno espaço que reserva, em sua propriedade de 12 hectares, a cultura já chegou a sustentar mais de 100 mil mudas, reduzidas a metade devido a falta de irrigação e acompanhamento técnico, conseqüência da ausência de investimento.

Apenas no Cinturão, Francisco já reside há 11 anos, produzindo diversas culturas, como, plantação de cana, caju para a fabricação de doce artesanal, banana-maçã, além da criação de 10 cabeças de gado, 10 porcos e 100 galinhas. A maior dificuldade enfrentada pelos parceleiros do Cinturão é a falta de água.

Das 400 famílias, somente uma minoria consegue usufruir da água retirada de apenas três poços artesianos, incapazes de atender todas as propriedades. Para garantir que parte da produção e criação sobreviva, algumas famílias são obrigadas a abrirem pequenas reservas, que secam durante o período de estiagem.




Fonte: Sinfra-MT

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