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Economia
Quarta - 29 de Setembro de 2004 às 15:15

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O Centro de Trabalho Indigenista (CTI) planeja uma campanha para mobilizar a sociedade, o Estado e organismos internacionais em torno da causa indígena Guarani. O objetivo é encontrar novos caminhos para a retomada da terra dos cerca de 30 mil índios. Será colocada em discussão a possibilidade de buscar financiamento nacional e internacional para a compra de terras invadidas e o pagamento de indenizações.

“O Brasil busca investimento no exterior para resolver o problema da fome. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) compra terra para os camponeses. Por esse mesmo caminho, podemos resolver algumas questões fundiárias específicas dos índios”, afirma o gerente institucional do CTI, Carlos Macedo. Entre os possíveis parceiros estão a União Européia, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial (BIRD). “É claro que o ideal seria a demarcação. Mas não dá mais para esperar. Os índios estão morrendo, confinados em lugares onde não é possível a produção agrícola.”

Considerada uma das maiores populações indígenas brasileiras, os guaranis foram um dos primeiros povos a serem contactados pelos portugueses. Naquela época, eles habitavam diferentes regiões, inclusive além das fronteiras brasileiras, em países como Paraguai e Bolívia. No Brasil, os guaranis se concentravam em estados como Mato Grosso do Sul e a faixa do litoral que vai do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo.

“Os guaranis são vistos como pessoas que abandonam a sua terra por causa da cultura de circular entre as comunidades à procura de casamento e alianças políticas. O preconceito contribuiu para que seu território fosse dominado”, alerta Carlos Macedo, educador e psicólogo. De acordo com ele, a campanha em favor do povo Guarani ainda está em fase de elaboração. Mas três organizações não-governamentais - duas austríacas e uma inglesa - já manifestaram apoio. “Todos sabem que a disputa judicial é injusta. O índio não tem papel para provar a titularidade da terra. O branco tem”.




Fonte: Agência Brasil

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