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Economia
Quarta - 29 de Setembro de 2004 às 10:03

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O Brasil atingiu, em 2003, o menor índice de concentração dos rendimentos médios do trabalho assalariado: 0,555. Em 1993, este índice era de 0,600 e vem caindo desde então, segundo informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice reflete que, em 2003, os 10% ocupados com maiores salários receberam 45,3% do total da massa salarial (soma de todos os salários pagos no ano), enquanto que os 10% ocupados com menores salários receberam apenas 1% do total da massa salarial.

O índice de Gini, que calcula o grau da concentração dos rendimentos, pode variar de zero a um. Se ele for zero, significa que uma distribuição justa e igualitária dos rendimentos – todo mundo ganha salários iguais. Se ele for um, significa que apenas um trabalhador, sozinho, ganha o total da massa salarial – concentração máxima. Por isso, quanto mais próximo de zero o índice de Gini, melhor é a distribuição dos rendimentos pelas pessoas ocupadas.

Em 1993, quando índice calculado foi igual a 0,600, os 10% de trabalhadores ocupados, remunerados com melhores salários, recebiam 49% de toda a massa salarial, enquanto que os 10% remunerados com menores salários recebiam apenas 0,7% do total da massa salarial. Apesar do índice estar diminuindo ano a ano, desde 1993, ele ainda indica uma situação de desigualdade onde 7,9 milhões de trabalhadores com menores salários repartem entre si 1% da massa salarial, enquanto que outros 7,9 milhões de trabalhadores, que ganham salários maiores, repartem entre si 45,3 % do total da massa salarial.

O índice de Gini, que tem esse nome devido ao seu criador - Corrado Gini (1884-1965), estatístico e demógrafo italiano que foi pioneiro em estudos sobre as características mensuráveis das populações, mede o grau de concentração e pode ser aplicado no calculo da concentração da renda do país, na concentração da terra e também na concentração dos rendimentos dentre outras aplicações possíveis.

Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Ângela Jorge, houve queda na renda média do brasileiro. De acordo com a Pnad - 2003, a renda média caiu de R$ 922,00 para R$ 692,00 de 1993 para 2003. A coordenadora do IBGE informou ainda que, de 2002 para o ano passado, o rendimento médio caiu 7,4% . “A análise mostrou que os grupos da população com maiores rendimentos perderam mais poder de compra que os grupos de menor rendimento, o que faz com que tenha ocorrido essa queda no índice de gini, significando uma tendência à diminuição da desigualdade”.

O grau de concentração de renda manteve-se mais elevado no Nordeste e menor no Sul do país. Além disso, a remuneração média da região Nordeste foi acentuadamente inferior às das demais regiões. Em 2003, verificou-se que 27,8% dos brasileiros ocupados ganhavam até um salário mínimo e 1,3% recebia mais de 20 salários mínimos.

A Pnad é realizada anualmente, desde 1967 pelo IBGE. O objetivo é produzir informações básicas para estudo do desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Em 2003, foram pesquisadas 133.255 unidades domiciliares distribuídas por todo Brasil. A pesquisa não atinge a área rural de seis estados da Região Norte (Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá), que abriga 2,1% da população brasileira.




Fonte: Agência Brasil

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