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Cidades/Geral
Segunda - 27 de Setembro de 2004 às 11:27

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A Polícia Militar está cercando o acampamento do Movimento Sem Terra, na glebla Mestre em Jaciara, para cumprir a ordem de reintegração de posse em favor da Usina Pantanal. Os integrantes do MST afirmaram que vão deixar o local após o almoço e pediram que a PM agendasse uma reunião com a diretoria do Incra já no assentamento Buriti, na escola municipal agrícola, que foi cedida pela prefeitura para abrigar temporariamente os acampados.

De acordo com Andréia Pereira, integrante do movimento, o clima é tenso, visto que mais de 100 policiais militares, além de muitos funcionários da Usina estão cercando o acampamento. “Os homens da fazenda estão armados com facões”, completou Daniel Fernandes, o Jacaré, por telefone.

Os sem-terra pretendiam ficar na área até a próxima sexta-feira, quando já teria o resultado do julgamento em Brasília para definir se a área de 8.200 hectares que estão sendo exploradas pela Usina Pantanal pertence mesmo a União. “Se a área for dada como sendo da Usina, nós iríamos sair espontaneamente”, afirmou Andréia.

Ela explica que a reunião com Incra servirá para tratar dos rumos para as famílias assentadas, cerca de 200, que estão na Usina Pantanal em busca de um lote de terra. “Além disso, queremos uma posição sobre a retomada dos lotes que foram vendidos em outros assentamentos”, afirma a integrante do movimento.

Andréia diz ainda, que mesmo retornando hoje para a escola agrícola, local para onde as famílias haviam sido levadas há quatro meses, quando desocuparam a área reocupada na semana passada, os sem-terra vão continuar de prontidão aguardando o resultado da ação movida pelo Incra contra a Usina Pantanal e que requer a posse da terra para fins de reforma agrária. “Se o julgamento for favorável a nós, na sexta-feira mesmo voltamos para a área. A PM já assegurou que arrumará até caminhões para fazer nossa mudança em definitivo”, disse.

Situação:

As 200 famílias que estão na Usina Pantanal reocuparam a área na segunda-feira passada (20) e desde então são pressionadas por funcionários do usineiro para deixar o local. A entrada e saída de pessoas está sendo impedida. Os funcionários também não liberaram a entrada de alimentos e remédios para os assentados, e nem permitiu que um grupo de pessoas ligadas à Igreja Católica, sindicatos e entidades entrasse na área para conversar e prestar assistência aos sem-terra.

Integrantes do movimento afirmam que no local há muitas crianças que estão doentes e que não puderam receber atendimento médico em decorrência do cerco feito pelos funcionários da Usina Pantanal.




Fonte: Primeira Hora

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