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Internacional
Quinta - 23 de Setembro de 2004 às 18:28

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A Itália enfrentou a Alemanha na Organização das Nações Unidas (ONU) hoje ao se posicionar contra a campanha por novos membros permanentes no Conselho de Segurança da entidade. O ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, disse na Assembléia Geral da ONU ser contra aumentar o número de assentos permanentes no Conselho, cujas decisões podem ser obrigatórias para todos os 191 membros da ONU.

O Brasil, a Alemanha, o Japão e a Índia formam um grupo que tenta obter novos assentos permanentes no Conselho, em contraposição ao plano alternativo de criar sete ou oito "membros semipermanentes" durante mandatos de quatro ou cinco anos, uma proposta apoiada pela Itália.

"Alguns membros pediram a criação de novas cadeiras permanentes ¿ para eles mesmos", disse Frattini. "Não acreditamos que as dificuldades do conselho possam ser resolvidas com novos mandatos permanentes e irrevogáveis", algo que somente "semearia divisão" e provavelmente excluiria os países árabes, segundo ele.

Se a Alemanha conseguisse uma cadeira permanente, a Itália seria o único país importante da Europa ocidental a não ser membro permanente do Conselho da ONU.

Os países que saíram vitoriosos da Segunda Guerra Mundial ¿ Grã-Bretanha, França, Estados Unidos, Rússia e China ¿ têm cadeiras permanentes no Conselho de Segurança da ONU há 59 anos. Outros dez países se revezam com mandatos de dois anos. Qualquer mudança no Conselho precisa da aprovação de dois terços dos 191 países da Assembléia Geral e de nenhum veto dos cinco membros permanentes. Um acordo sobre o tema, no entanto, está longe de ser alcançado, já que o atual Conselho, segundo alguns diplomatas, hesita em ver seu poder diluído.

O ministro das Relações Exteriores alemão, Joschka Fischer, disse que uma ampliação do Conselho deve refletir "mudanças como a descolonização, o fim da Guerra Fria e a globalização". "Ao mesmo tempo, devem ser levados em conta os membros que podem e querem dar uma contribuição significativa e sustentável para manter a paz internacional e a segurança internacional, e para a realização dos objetivos da organização", disse Fischer, referindo-se ao poder econômico da Alemanha. "Assim como o Brasil, a Índia e o Japão, a Alemanha está pronta para assumir a responsabilidade associada a um lugar permanente no Conselho de Segurança", disse ele, acrescentando que as nações africanas, que não conseguiram um acordo sobre um candidato, também devem ter uma chance.

Muitos membros da ONU acreditam que o Conselho é pouco representativo e, por isso, o secretário-geral Kofi Annan organizou um grupo de alto nível para propor uma mudança no órgão. O grupo publicará seu relatório final em dezembro.




Fonte: Reuters

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