Repórter News - reporternews.com.br
Grupo AMaggi pretende parar de expandir suas plantações de grãos
Blairo Maggi, o maior produtor de soja do mundo, pretende parar de expandir suas plantações do grão no Centro-Oeste brasileiro na próxima safra. O motivo da decisão é a expressiva alta dos custos dos insumos e a queda dos preços no mercado internacional, que deverão reduzir os lucros.
Os custos da atividade agrícola no Brasil, o segundo maior produtor mundial de soja, aumentaram 15% este ano, passando a aproximadamente US$ 412 por hectare, principalmente por causa da necessidade de se combater o fungo da ferrugem asiática que ameaça cerca de 10% da safra brasileira, segundo informou Maggi. O aumento das despesas estão corroendo os rendimentos proporcionados pela soja, que provavelmente não devem ser remuneradores na próxima safra, após terem atingido seu menor nível dos últimos 13 meses, afirmou o produtor.
Sem lucros
"Não vamos mais aumentar a área plantada", declarou Maggi, em uma entrevista concedida por telefone de seu escritório em Cuiabá. Maggi que também é governador do Mato Grosso, o estado brasileiro que mais produz soja. Para ele, "há pouca possibilidade de lucro com a próxima colheita".
Os lucros decrescentes podem desacelerar a expansão do cultivo do produto. Numa situação inversa, agricultores argentinos e brasileiros mais do que dobraram a produção de soja desde 1997. Isso ocorreu no mesmo período em que a China mais do que quintuplicava suas importações do produto.
O Grupo André Maggi, de propriedade de Blairo e que leva o nome de seu pai, puxou o crescimento da safra de soja brasileira. A situação propícia à atividade levou à expansão em mais de 61% das terras da família em dois anos. O grupo ampliou suas terras para um total de 190.000 hectares, uma área correspondente ao dobro de Hong Kong.
A exemplo de outros produtores agrícolas brasileiros, Maggi, de 48 anos, foi prejudicado quando os preços da soja despencaram após terem passado de seu nível mais alto em 15 anos, registrado em 5 de abril passado, para seu patamar mais baixo desde agosto de 2003. A queda dos preços permanece, provocada pela previsão de que o crescimento da produção dos Estados Unidos, do Brasil e da Argentina aumentaria a oferta mundial do produto. Com isso, o preço da soja no mercado de futuros para entrega em novembro caiu 3,25 centavos de dólar, ou 0,6%, passando a US$ 5,4225 o bushel ontem na Bolsa de Chicago. A cotação atual representa uma queda de 49% em relação ao valor mais alto do produto.
Dificilmente os produtores terão bons resultados com a soja este ano", segundo a previsão de Maggi. Para ele, agora é tarde demais para que os produtores brasileiros mudem seus planos e diminuam a produção, uma vez que a temporada de plantio já se iniciou, pois os produtores fazem seu planejamento, na maioria das vezes, para a compra de sementes e fertilizantes com um ano de antecedência, disse. Maggi vai aumentar sua produção no próximo ano em cerca de 10%, para 500 mil toneladas.
O aumento da produção de Maggi reflete as previsões feitas pelo governo brasileiro de uma colheita recorde, que deve alcançar os 60 milhões de toneladas no ano-safra 2004/05. Para esta temporada, os produtores aumentaram sua área plantada em 10%, totalizando 20 milhões de hectares. Em 2005, Maggi calcula que outros produtores brasileiros seguirão seu exemplo e passarão a plantar milho, algodão e outros produtos.
A diminuição da produção de soja beneficiaria os produtores norte-americanos, que disputam clientes com o Brasil, disse o presidente da Associação Norte-americana de Soja, Ron Heck. Os produtores brasileiros se beneficiaram da queda dos preços das terras e de uma desvalorização de 57% do real desde 1999, que gerou um aumento da receita com as vendas externas, acrescentou Heck.
Momento favorável
Os produtores brasileiros foram prejudicados pelos reajustes das tabelas adotados pelos fornecedores de tratores, sementes, fertilizantes e pesticidas, aproveitando o momento favorável em que o preço da soja disparou e atingiu mais de US$ 10 o bushel no início deste ano, disse Maggi.
Os produtores brasileiros plantaram uma safra suficiente para cobrir duas vezes o território de Israel desde 2002. Nesse mesmo período, a China, país cuja economia cresceu 9,1% no ano passado, aumentou as importações do produto para produzir mais ração e óleo de cozinha, para atender à demanda doméstica.
Os preços da soja começaram a cair em abril passado, quando as tradings apostaram no aumento da safra dos EUA. Os produtores brasileiros perderam dinheiro devido a enchentes e secas e decisão da China de barrar temporariamente as importações provenientes do Brasil no início deste ano. O país asiático também exigiu uma redução dos preços após descobrir alguns carregamentos de soja brasileiros contaminados.
Os custos da atividade agrícola no Brasil, o segundo maior produtor mundial de soja, aumentaram 15% este ano, passando a aproximadamente US$ 412 por hectare, principalmente por causa da necessidade de se combater o fungo da ferrugem asiática que ameaça cerca de 10% da safra brasileira, segundo informou Maggi. O aumento das despesas estão corroendo os rendimentos proporcionados pela soja, que provavelmente não devem ser remuneradores na próxima safra, após terem atingido seu menor nível dos últimos 13 meses, afirmou o produtor.
Sem lucros
"Não vamos mais aumentar a área plantada", declarou Maggi, em uma entrevista concedida por telefone de seu escritório em Cuiabá. Maggi que também é governador do Mato Grosso, o estado brasileiro que mais produz soja. Para ele, "há pouca possibilidade de lucro com a próxima colheita".
Os lucros decrescentes podem desacelerar a expansão do cultivo do produto. Numa situação inversa, agricultores argentinos e brasileiros mais do que dobraram a produção de soja desde 1997. Isso ocorreu no mesmo período em que a China mais do que quintuplicava suas importações do produto.
O Grupo André Maggi, de propriedade de Blairo e que leva o nome de seu pai, puxou o crescimento da safra de soja brasileira. A situação propícia à atividade levou à expansão em mais de 61% das terras da família em dois anos. O grupo ampliou suas terras para um total de 190.000 hectares, uma área correspondente ao dobro de Hong Kong.
A exemplo de outros produtores agrícolas brasileiros, Maggi, de 48 anos, foi prejudicado quando os preços da soja despencaram após terem passado de seu nível mais alto em 15 anos, registrado em 5 de abril passado, para seu patamar mais baixo desde agosto de 2003. A queda dos preços permanece, provocada pela previsão de que o crescimento da produção dos Estados Unidos, do Brasil e da Argentina aumentaria a oferta mundial do produto. Com isso, o preço da soja no mercado de futuros para entrega em novembro caiu 3,25 centavos de dólar, ou 0,6%, passando a US$ 5,4225 o bushel ontem na Bolsa de Chicago. A cotação atual representa uma queda de 49% em relação ao valor mais alto do produto.
Dificilmente os produtores terão bons resultados com a soja este ano", segundo a previsão de Maggi. Para ele, agora é tarde demais para que os produtores brasileiros mudem seus planos e diminuam a produção, uma vez que a temporada de plantio já se iniciou, pois os produtores fazem seu planejamento, na maioria das vezes, para a compra de sementes e fertilizantes com um ano de antecedência, disse. Maggi vai aumentar sua produção no próximo ano em cerca de 10%, para 500 mil toneladas.
O aumento da produção de Maggi reflete as previsões feitas pelo governo brasileiro de uma colheita recorde, que deve alcançar os 60 milhões de toneladas no ano-safra 2004/05. Para esta temporada, os produtores aumentaram sua área plantada em 10%, totalizando 20 milhões de hectares. Em 2005, Maggi calcula que outros produtores brasileiros seguirão seu exemplo e passarão a plantar milho, algodão e outros produtos.
A diminuição da produção de soja beneficiaria os produtores norte-americanos, que disputam clientes com o Brasil, disse o presidente da Associação Norte-americana de Soja, Ron Heck. Os produtores brasileiros se beneficiaram da queda dos preços das terras e de uma desvalorização de 57% do real desde 1999, que gerou um aumento da receita com as vendas externas, acrescentou Heck.
Momento favorável
Os produtores brasileiros foram prejudicados pelos reajustes das tabelas adotados pelos fornecedores de tratores, sementes, fertilizantes e pesticidas, aproveitando o momento favorável em que o preço da soja disparou e atingiu mais de US$ 10 o bushel no início deste ano, disse Maggi.
Os produtores brasileiros plantaram uma safra suficiente para cobrir duas vezes o território de Israel desde 2002. Nesse mesmo período, a China, país cuja economia cresceu 9,1% no ano passado, aumentou as importações do produto para produzir mais ração e óleo de cozinha, para atender à demanda doméstica.
Os preços da soja começaram a cair em abril passado, quando as tradings apostaram no aumento da safra dos EUA. Os produtores brasileiros perderam dinheiro devido a enchentes e secas e decisão da China de barrar temporariamente as importações provenientes do Brasil no início deste ano. O país asiático também exigiu uma redução dos preços após descobrir alguns carregamentos de soja brasileiros contaminados.
Fonte:
Gazeta Mercantil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/374191/visualizar/
Comentários