Serviço Civil Voluntário forma jovens para o mercado

Os 126 jovens participantes do projeto Serviço Civil Voluntário formaram-se nesta quarta-feira, no auditório da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Os adolescentes, com idades entre 16 e 24 anos, receberam 600 horas de curso, sendo 200 para qualificação profissional, 200 para elevação da escolaridade e 200 de serviços voluntários prestados à comunidade.

Como parte do Programa Primeiro Emprego, o Serviço Civil Voluntário é uma etapa de preparação do jovem para o mercado de trabalho e em Mato Grosso foi executado pela Secretaria de Trabalho, Emprego e Cidadania (Setec) em parceria com a UFMT, Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e Governo Federal.

Através de oportunidades de desenvolvimento pessoal, social e profissional, os participantes foram qualificados em cursos de auxiliar de escritório com ênfase em informática, técnicas de vendas e eletricista e instalador predial. Aliada à qualificação os jovens também prestaram serviços voluntários à comunidade, como, palestras preventivas sobre drogas, violência e temas ligados à adolescência em escolas da rede pública, arrecadação de donativos para crianças carentes do abrigo Bom Jesus e atividades de interação com os idosos do Asilo Bom Jesus.

O jovem Tomas Eduardo Oliveira, de 17 anos, espera ansioso por uma oportunidade no mercado de trabalho após a conclusão do curso. Ele está cursando o 3º ano do Ensino Médio na Escola Cesário Neto e destacou que os serviços voluntários prestados durante o curso foram de grande valia para os participantes e para as pessoas com as quais eles conviveram. “Este curso abrirá muitas portas e além da qualificação também exercitamos nosso lado social, de cidadania”, disse o estudante.

De acordo com o secretário-adjunto da Setec, José Rodrigues, o objetivo do projeto é inserir 20% dos alunos no mercado de trabalho. Os adolescentes também tiveram 40 horas de estágio. E já foram cadastrados no Sistema Nacional de Emprego (Sine).

De acordo com a secretária Terezinha Maggi, o projeto tem o objetivo de promover a inclusão social dos jovens e proporcionar a eles chance de ingressar no mercado de trabalho.

Cada um dos jovens recebeu R$ 150 mensais durante os seis meses de curso, além de vales-transporte e materiais didáticos. A seleção foi realizada através do banco de dados do Sistema Nacional de Emprego (Sine), de acordo com pré-requisitos exigidos, tais como idade entre 16 e 24 anos, com índice de escolaridade inferior à educação básica, renda familiar per capita de até meio salário mínimo, vivência em situações de risco social e jovens egressos de instituições sócio-educativas ou instituições penais.

TAREFA ÁRDUA – Para cumprir com o pagamento da bolsa auxílio de R$ 150 aos jovens, a Setec teve que solicitar apoio da Procuradoria Geral do Estado (PGE), pois um parecer do Tribunal de Contas da União, referente a uma auditoria nos convênios firmados entre o Ministério do Trabalho e Emprego e a Associação para Projetos de Combate à Fome – ÁGORA, mandou suspender o pagamento do auxílio financeiro aos beneficiários de projetos dentro do Programa Primeiro Emprego, incluindo o Programa Serviço Civil Voluntário.

A investigação foi proposta pelo Senado Federal e foi levantada uma série de irregularidades, entre elas a existência de um secretário-executivo da Casa Civil do Governo Federal como membro da ONG.

Para não prejudicar os jovens, a secretária Terezinha Maggi solicitou a PGE um parecer que a autorizasse continuar pagando a bolsa. “Se eu não conseguisse manter essa bolsa iria apelar aos empresários, a fim de que eles me auxiliassem, colaborando com recursos. O que importava era não desanimar os jovens, que foram escolhidos para este curso justamente pela condição social em que se encontram”, destacou a secretária.

Terezinha Maggi também pediu aos empresários que a auxiliassem na inserção dos adolescentes no mercado de trabalho. “Gostaria de sensibilizar os empresários para que eles olhassem com carinho para estes formandos, dando a eles oportunidades. Quero aproveitar também para reforçar que muitos estão investindo dinheiro em politicagem e que estes recursos poderiam ser usado em prol da qualificação profissional no Estado, possibilitando ao Governo a execução de mais cursos como o que se encerra hoje”, chamou a atenção a secretária.

A representante do Ministério do Trabalho e Emprego, Ana Lúcia Alencastro, elogiou o emprenho e a iniciativa da secretária em manter o pagamento da bolsa e destacou que em outros Estados do País o mesmo não aconteceu. “Vimos que ela se preocupou em resolver o problema sem prejudicar os jovens”, disse Ana Lúcia.

O reitor da UFMT, Paulo Speller, complementou a fala da secretária Terezinha Maggi na formatura e destacou que será estudada uma parceria entre a Setec e a UFMT para disponibilizar cursinhos preparatórios para o vestibular, gratuitos, aos jovens carentes. “É uma forma de continuarmos com a ação que iniciou com estes jovens. A Universidade tem uma grande preocupação com a inclusão social”, afirmou o reitor.

HOMENAGEM – No final do evento todos prestaram uma homenagem à adolescente Mariluce Rodrigues de Souza, de 16 anos, assassinada no dia 16 de julho, no bairro Novo Horizonte, em Cuiabá. A jovem era uma das alunas do curso. A Setec tomou todas as providências necessárias para o pagamento do seguro de vida à família da adolescente.