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Juros não devem subir, diz Dirceu
O ministro José Dirceu (Casa Civil) afirmou ontem que não vê pressão sobre os preços no país que possa "colocar em risco o controle da inflação" e defendeu seu direito de discordar do Banco Central sobre o assunto dizendo que não é um "robô".
“Muitos consideram que não há pressão inflacionária no país, que não há necessidade de se aumentar juros. Eu mesmo tinha a expectativa de que a taxa Selic chegasse a 13% em dezembro. Com o país retomando o crescimento, fiquei mais convencido disso. Como nós olhamos as pressões inflacionárias e elas são de preços administrados e de alimentos, que sofrem oscilações, eu não vejo onde está a pressão que pode colocar em risco o controle inflacionário do país. Mas [essa] não é opinião de quem tem o poder de tomar essa decisão”, afirmou.
O Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central) se reúne nesta semana para decidir sobre a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic). Para a maioria dos analistas de mercado, o Copom deve anunciar na quarta-feira um aumento de até 0,5 ponto percentual na taxa de juros, que hoje está em 16% ao ano.
O BC tem alertado para o risco maior de inflação nas últimas semanas e a elevação dos juros serviria para reduzir as pressões sobre os preços. No entanto, a alta dos juros poderia também desaquecer a economia - que dá sinais de crescimento - e elevar o desemprego.
Apesar de discordar da análise do BC sobre a inflação, Dirceu sinalizou que não vai bater de frente caso haja aumento de juros.
"Sai a ata do Copom [Comitê de Política Monetária, do BC] e ninguém pode falar sobre isso. Estamos ou não numa democracia? Eu tenho que tomar cuidado porque sou ministro e sou bastante disciplinado ao Lula. Mas também sou cidadão, sou parlamentar pelo meu Estado [SP], e tenho responsabilidades no projeto que o meu partido [PT] construiu em 23 anos. Não sou um robô que obedeço", disse.
Na avaliação do ministro, "falar sobre economia é um problema, mas não falar é algo inacreditável". "Temos de tirar esse véu de proibição sobre o debate do endividamento interno sem preconceitos e sem nos opormos ao sistema bancário, que também é nacional", afirmou.
No ataque, Dirceu deixou clara sua discordância com o BC em relação à inflação e a uma possível alta de juros. "Mas essa não é a opinião de quem tem o poder de tomar a decisão legal para o país [sobre o juro]", completou ele, durante o Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
Ele negou que haja ingerência do governo nas decisões sobre juros apesar de sinalizar que não acha que essa independência seja positiva. "O problema é que com a autonomia do Banco Central, a autoridade monetária tem autonomia para exercer seu papel em relação ao juro".
Para Dirceu, o BC já tem autonomia real. "Não vejo como o país possa ter dúvida da autonomia do Banco Central. Ela é real, ainda que não seja constitucional".
O ministro disse ainda que tinha a expectativa de que o juro básico da economia chegasse em dezembro em 13% ao ano. O mercado espera, segundo relatório semanal produzido pelo BC, um juro de 16,5% ao ano no final de 2004.
“Muitos consideram que não há pressão inflacionária no país, que não há necessidade de se aumentar juros. Eu mesmo tinha a expectativa de que a taxa Selic chegasse a 13% em dezembro. Com o país retomando o crescimento, fiquei mais convencido disso. Como nós olhamos as pressões inflacionárias e elas são de preços administrados e de alimentos, que sofrem oscilações, eu não vejo onde está a pressão que pode colocar em risco o controle inflacionário do país. Mas [essa] não é opinião de quem tem o poder de tomar essa decisão”, afirmou.
O Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central) se reúne nesta semana para decidir sobre a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic). Para a maioria dos analistas de mercado, o Copom deve anunciar na quarta-feira um aumento de até 0,5 ponto percentual na taxa de juros, que hoje está em 16% ao ano.
O BC tem alertado para o risco maior de inflação nas últimas semanas e a elevação dos juros serviria para reduzir as pressões sobre os preços. No entanto, a alta dos juros poderia também desaquecer a economia - que dá sinais de crescimento - e elevar o desemprego.
Apesar de discordar da análise do BC sobre a inflação, Dirceu sinalizou que não vai bater de frente caso haja aumento de juros.
"Sai a ata do Copom [Comitê de Política Monetária, do BC] e ninguém pode falar sobre isso. Estamos ou não numa democracia? Eu tenho que tomar cuidado porque sou ministro e sou bastante disciplinado ao Lula. Mas também sou cidadão, sou parlamentar pelo meu Estado [SP], e tenho responsabilidades no projeto que o meu partido [PT] construiu em 23 anos. Não sou um robô que obedeço", disse.
Na avaliação do ministro, "falar sobre economia é um problema, mas não falar é algo inacreditável". "Temos de tirar esse véu de proibição sobre o debate do endividamento interno sem preconceitos e sem nos opormos ao sistema bancário, que também é nacional", afirmou.
No ataque, Dirceu deixou clara sua discordância com o BC em relação à inflação e a uma possível alta de juros. "Mas essa não é a opinião de quem tem o poder de tomar a decisão legal para o país [sobre o juro]", completou ele, durante o Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
Ele negou que haja ingerência do governo nas decisões sobre juros apesar de sinalizar que não acha que essa independência seja positiva. "O problema é que com a autonomia do Banco Central, a autoridade monetária tem autonomia para exercer seu papel em relação ao juro".
Para Dirceu, o BC já tem autonomia real. "Não vejo como o país possa ter dúvida da autonomia do Banco Central. Ela é real, ainda que não seja constitucional".
O ministro disse ainda que tinha a expectativa de que o juro básico da economia chegasse em dezembro em 13% ao ano. O mercado espera, segundo relatório semanal produzido pelo BC, um juro de 16,5% ao ano no final de 2004.
Fonte:
Agência Estado
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