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Saúde
Terça - 14 de Setembro de 2004 às 09:16
Por: ALECY ALVES

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Grupo participou de um almoço no bairro 1º de Março, onde se serviu maionese, arroz com galinha, farofa e salada.

Mais de 250 pessoas que participaram de um almoço beneficente no bairro 1º de Março, no domingo, sofreram intoxicação alimentar e tiveram que receber atendimento médico de urgência. Os primeiros pacientes deram entrada no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá ontem, logo que o dia amanheceu.

Dezenas deles, em estado mais grave, foram socorridas por ambulâncias e tiveram de passar o dia sob observação. Mas até o início da noite de ontem participantes da festa continuavam dando entrada no PS e em outras unidades de saúde pública apresentando sintomas como diarréia, cólica intestinal, vômito, dor na cabeça, febre, dores musculares e tontura.

No Pronto-Socorro, os corredores do pronto-atendimento (PA) ficaram superlotados de pessoas à espera de atendimento, enquanto no repouso cadeiras simples serviram de leito para quem recebia medicação intravenosa. Lá, um único médico, o clínico geral Remo Timóteo da Silva, atendeu e acompanhou mais de 50 pacientes.

Na Policlínica do CPA I e no posto do Programa de Saúde da Família (PSF) do bairro 1º Março, dezenas de pessoas foram atendidas. No PSMC, Remo Silva disse que nenhum paciente apresentou quadro grave que exigisse internação mais prolongada. Na avaliação de Silva, estaria claro que se tratava de intoxicação alimentar, mas não seria possível definir o agente causador.

Portanto, é prematuro afirmar que a maionese seria a causa da infecção. Entretanto, se comparada aos outros pratos, arroz com galinha e farofa de cenoura, a salada continuaria levantando suspeitas.

O pedreiro Daniel Almeida Martins, de 43 anos, está entre os que só procuraram assistência médica no final da tarde. Ele chegou a ir para o trabalho, apesar dos primeiros sintomas terem aparecido na noite anterior. A mulher de Martins, Roberta Beatriz Fonseca, de 39, disse que ele foi o único que sofreu intoxicação, apesar de a família toda - o casal e três filhos - ter ido à festa.

Roberta contou que os dois filhos menores não quiseram almoçar, enquanto Cristian, de 12 anos, chegou a servir o prato, mas provou apenas o arroz com frango. E ela, que havia passado a manhã na cozinha ajudando no preparo dos alimentos, estava sem fome na hora em que o almoço foi servido.

Técnicos da vigilância sanitária estiveram no local da festa, no salão da igreja do bairro, e na casa de organizadores do evento, onde recolheram amostras dos alimentos e da água usada no preparo para análise laboratorial. Em 10 dias deve sair o resultado.

O almoço tinha como finalidade a arrecadação de dinheiro para pagar a cirurgia de uma garota que há pouco mais de dois meses foi atingida na face por uma bala perdida. Com o rosto deformado, a moça estaria encontrando dificuldade para fazer a plástica reparadora pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na rede privada, a operação custaria R$ 3 mil.




Fonte: Diário de Cuiabá

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