Profissionais da saúde protestam contra o ato médico
O presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren/MT), Vicente Pereira Guimarães, considera o texto do projeto uma arbitrariedade contra as profissões regulamentadas anteriormente. No caso dos enfermeiros, a lei permite que o profissional formado em nível superior faça a prescrição de medicamentos, em algumas situações especiais. “A aprovação do ato médico da maneira como está representa um retrocesso no sistema de saúde brasileiro, que vem avançando em direção ao enfoque da saúde de forma integrada. E o mais prejudicado é o cidadão, o usuário, que verá a burocracia do atendimento aumentar ainda mais”, afirma Vicente.
Para Guimarães, a falta de definição do termo “prescrição terapêutica de doenças” pode ser interpretado de maneira a englobar diversas atividades que são prerrogativas de outras profissões. Na prática, pode impedir o cidadão de procurar um psicólogo, nutricionista ou fisioterapeuta, por exemplo, sem passar por um médico antes, retirando a autonomia dos profissionais. “Isso contraria os princípios mais modernos da assistência ao paciente, que preconizam a atuação de equipes multidisciplinares. Essa retirada de autonomia vai, com certeza, prejudicar o atendimento”, avalia Vicente.
Ele ressalta que os demais profissionais da saúde também estão combatendo duramente a regulamentação da medicina como está, pois é necessário que os termos da lei não firam a legislação anterior nem caracterizem tentativa de reserva de mercado à categoria médica. Além do Coren, deverão participar do movimento os conselhos regionais de Biologia, Biomedicina, Educação Física, Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Nutrição, Psicologia, Serviço Social, Técnicos em Radiologia, Associação Brasileira de Enfermagem (Aben/MT) e com o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen).
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