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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 10 de Setembro de 2004 às 22:26

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Sete detentos da Penitenciária da Mata Grande foram mortos este ano vítimas de homicídios. O número, que indica quase um assassinato por mês, é considerado preocupante pelo diretor do presídio, José Carlos de Freitas. Ele credita o problema ao fato de 60 homens ficarem confinados em uma mesma ala durante todo o dia. Somente à noite, na hora de dormir, eles são encaminhados às celas individuais.

A idade dos detentos assassinados varia entre 27 e 32 anos. Muitos deles são vítimas de vingança ou morrem por causa de dívidas adquiridas dentro da própria penitenciária.

O último caso de assassinato ocorreu no domingo passado (05), após o horário de visita. Sandro Delaponte, 37 anos, foi morto a golpes de chuços artesanais, instrumento comumente utilizado pelos outros detentos para ferir os colegas durante brigas. Sandro foi encontrado morto no raio 03, área em que ficam os latrocidas.

A delegada Anaíde Barros, da Delegacia da Vila Operária, é responsável pelos inquéritos policiais de todos os casos de assassinatos dentro da Penitenciária da Mata Grande. Ela explica que nenhum inquérito foi concluído ainda este ano porque as testemunhas preferem manter a ‘lei do silêncio’. “Os outros detentos ou os próprios policiais plantonistas sabem quem são os autores dos crimes, mas se recusam a denunciar por medo de sofrer represálias”.

Segundo Anaíde, a delegacia já começou a fazer negociações com a Secretaria de Justiça em Cuiabá para que as testemunhas tenham proteção especial ao fazerem as denúncias, mas nada foi definido até o momento.

O diretor da Mata Grande acredita que nem isso resolverá o problema. “A maioria dos presos não tem projetos para quando forem libertados, então eles só se preocupam em continuar vivos. Muitos deles sabem quem são os assassinos dos colegas, mas têm medo de contar a verdade”.

José Carlos de Freitas tem esperanças de que o número de homicídios dentro da Mata Grande seja reduzido após uma reforma da estrutura física, prevista pela Secretaria de Justiça. Ele quer que o número de detentos em uma mesma ala seja menor e utiliza o exemplo do presídio Pascoal Ramos, na capital, que já conta com alas de apenas oito presos.

Punição

Como os culpados pelos homicídios não são identificados, as punições que a diretoria da Penitenciária da Mata Grande aplica se restringem a sanções administrativas, como a suspensão de visitas familiares ou a proibição do banho de sol, que atingem a coletividade.




Fonte: Primeira Hora

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