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Internacional
Sexta - 10 de Setembro de 2004 às 11:09

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O Parlamento russo deve iniciar uma investigação sobre o seqüestro ocorrido na escola de Beslan, que terminou com a morte de mais de 300 pessoas, afirmou hoje o presidente do país, Vladimir Putin.

Analistas, porém, duvidam que a investigação deixará satisfeitos àqueles que responsabilizam as forças de segurança pela carnificina. O anúncio pareceu marcar uma mudança de opinião da parte do presidente, que, no começo da semana, havia descartado a possibilidade de realizar uma investigação sobre o seqüestro.

A ocupação da escola de Beslan, na república da Ossétia do Norte, por militantes supostamente rebeldes chechenos durou 53 horas, terminou com a morte de 326 reféns, metade deles crianças, e provocou críticas aos serviços de segurança.

"Todos desejam ter uma idéia clara e completa sobre os trágicos eventos ligados à tomada de reféns em Beslan", afirmou Putin, em declarações proferidas diante do presidente do Conselho da Federação, a câmara alta do Parlamento russo.

O órgão realizará uma assembléia extraordinária no dia 20 de setembro para dar início à investigação. "Nessa assembléia, precisamos formar uma comissão especial do Conselho da Federação para investigar todos os fatos que levaram à tragédia em Beslan", afirmou o presidente da câmara alta, Sergei Mironov.

Analistas colocaram em dúvida a seriedade da investigação. "Nenhuma instituição oficial será capaz de realizar uma investigação completa, independente e objetiva", disse Masha Lipman, do grupo Carnegie Endowment for International Peace.

Depois da ação de Beslan, a Rússia passou a oferecer uma recompensa de US$ 10 milhões pelos líderes chechenos Aslan Maskhadov e Shamil Basayev. O país também prometeu atacar "bases terroristas" em qualquer lugar do mundo.

A população russa, de outro lado, mostra-se furiosa com o fato de os serviços de segurança não terem conseguido evitar o seqüestro. Pesquisas de opinião revelaram que os russos têm pouca confiança na capacidade da polícia e das agências de inteligência russas de protegê-los e as acusam de serem corruptas e pouco profissionais.




Fonte: Reuters

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