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Internacional
Quinta - 09 de Setembro de 2004 às 23:32

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A Organização das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial estimam em US$ 50 bilhões por ano o volume de recursos necessários para que os 191 países membros da Organização possam cumprir, até 2015, as oito metas do milênio. Segundo o representante do Brasil na ONU, embaixador Ronaldo Sardenberg, se o ritmo atual de investimentos no combate à extrema pobreza for mantido "as metas de desenvolvimento do milênio não serão atingidas no prazo previsto em muitos países em desenvolvimento".

Na avaliação de Sardenberg, a maior parte dos 191 países que se comprometeram a cumprir as metas ainda não colocou em prática os compromissos assumidos. O embaixador acredita que os mecanismos de financiamentos propostos no relatório final o grupo de trabalho que discutiu a erradicação da pobreza - integrado por Brasil, Chile, França e Espanha - vai ajudar a diminuir o hiato entre os compromissos políticos e o financiamento para o desenvolvimento social.

"O objetivo principal do relatório consiste em apresentar uma lista não-exaustiva de instrumentos viáveis que poderiam ser implementados no curto, médio ou longo prazo, com o único propósito de angariar recursos para a luta contra a fome e a pobreza", disse o embaixador.

O relatório divide os financiamentos em três tipos: mecanismos vinculantes (com a participação dos governos de países dispostos a colaborar), contribuições voluntárias e instrumentos de coordenação política. Entre os mecanismos, estão a taxação de operações financeiras internacionais, a taxação do comércio de armas de fogo e contribuições espontâneas por meio de cartões de crédito.

"Os recursos arrecadados seriam canalizados por agências bilaterais e multilaterais existentes. O grupo reconhece a conveniência de se evitar, o máximo possível, a criação de estruturas administrativas novas e custosas", explicou o embaixador.

Ronaldo Sardenberg ressalta, porém, que os financiamentos não devem substituir a criação de um sistema multilateral de comércio livre. "Acreditamos que o encontro de líderes mundiais do dia 20 de setembro representará grande oportunidade para o lançamento da discussão sobre mecanismos inovadores de financiamento no mais alto nível. Espera-se que o encontro seja o primeiro passo de um processo que deverá envolver governos, organizações multilaterais, ONGs, empresas, sindicatos e a academia em um esforço conjunto para aprofundar a análise sobre novas fontes de recursos para a luta contra a pobreza e a fome", enfatizou.




Fonte: Agência Brasil

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