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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 06 de Setembro de 2004 às 15:31

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Praticamente toda a população da cidade de Beslan, na república russa da Ossétia do Norte, compareceu ao segundo dia de sepultamento de vítimas da tomada de uma escola no sul da Rússia que matou pelo menos 335 pessoas, quase a metade delas crianças.

Parentes dos mortos choravam nas ruas enquanto mais de cem pessoas foram sepultadas. Cerca de 200 pessoas que foram tomadas como reféns na principal escola de Beslan ainda estão desparecidas.

Vítimas do seqüestro e parentes das vítimas ainda têm procurado por corpos de familiares e amigos nos escombros da Escola Número 1, que foi destruída.

Além disso, perto de cem corpos de vítimas ainda não foram identificados, por estarem muito multilados.

Dois dias de luto oficial estão em vigor na Rússia, onde as bandeiras foram hasteadas a meio mastro.

Caixões

O centro da cidade ficou congestionado e alguns caixões foram retirados de ônibus e carregados pelas ruas, sob forte chuva, segundo o repórter da BBC em Beslan, Steve Rosenberg.

Segundo a estação de televisão russa NTV, 105 covas foram utilizadas nos sepultamentos desta segunda-feira, mas, em algumas delas, foram enterrados mais de um corpo porque membros de uma mesma família foram colocados juntos.

Parentes das vítimas eram tomados de forte emoção na medida em que caixões eram enterrados.

Segundo a agência de notícias AFP, uma mulher chorava sobre o caixão de seu filho e dizia: "Deus, por que você o levou tão cedo? Por quê?"

Escola

Duas mães cujos filhos morreram dentro da escola sob cerco colocaram flores no ginásio onde os reféns foram mantidos. Depois elas ficaram em silêncio, olhando para os escombros do prédio.

Uma professora indicou para onde os seqüestradores atiraram quando alguns alunos tentaram fugir pela janela.

Um morador disse que a cidade inteira estava presente aos funerais. "Estes eram todos nossos filhos, eles eram todos nossos irmãos e irmãs", disse ele à agência de notícias AFP.

Os funerais de vítimas do cerco começaram no domingo, com o sepultamento de 24 pessoas.

A tomada da escola por militantes que exigiam a independência da república russa da Chechênia deixou um saldo de pelo menos 335 mortos - embora algumas fontes não oficiais digam que esse número pode chegar a 400.

Feridos

A Cruz Vermelha Internacional pediu ajuda internacional para que seja providenciado equipamento médico aos hospitais locais.

Dezessete dos feridos graves, inclusive 11 crianças, foram transferidos para hospitais em Moscou no domingo.

As crianças comemoravam a volta às aulas com pais e professores na última quarta-feira quando um grupo fortemente armado tomou a escola.

A crise terminou dramaticamente na sexta-feira, quando as tropas russas invadiram a escola depois de explosões dentro do edifício.

As autoridades russas estão investigando se os seqüestradores pediram para os reféns adultos os ajudarem a retirar armas que já estariam escondida sob o piso da escola.

Há indícios de que as armas podem ter sido escondidas há algumas semanas, mostrando como a operação do seqüestro foi planejada.




Fonte: BBC Brasil

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