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Internacional
Sábado - 04 de Setembro de 2004 às 08:34

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O número de mortos em função das ações dos terroristas que seqüestraram a escola na Ossétia do Norte, na Rússia, na última quarta, já é de 322 pessoas. Entre as vítimas, há 155 crianças e 167 adultos, entre pais, professores da escola e agentes dos corpos de segurança que participaram da libertação dos reféns, segundo informações do vice-procurador geral da Rússia, Serguei Fridinski.

O número de vítimas pode aumentar, já que há muitos feridos em estado muito grave, incluindo 92 crianças, informam fontes médicas.

O ministério da Saúde da Ossétia do Norte anunciou que 700 pessoas foram feridas. De acordo com o último balanço divulgado pelas autoridades, 79 corpos foram identificados até agora e ainda há 531 pessoas internadas com ferimentos, entre elas 283 crianças. Já a agência Itar-Tass fala em 704 feridos, dos quais 259 são crianças.

Na tarde de sexta-feira, o Exército informou o fim das operações no local e a captura dos três últimos rebeldes que ainda mantinham reféns dentro do prédio em Baslan.

Segundo o general Viktor Sobolev, comandante das tropas que invadiram a escola esta madrugada, quase todos os membros do comando que retinha 1,2 mil reféns foram mortos ou detidos. Ele admitiu que os militares mataram 27 sequestradores, entretanto, que continuam as buscas por quatro seqüestradores que teriam conseguido fugir em meio ao tumulto da tomada do prédio.

Invasão

A escola, que desde a quarta-feira estava dominada pelos terroristas, foi invadida hoje cedo pelas forças de segurança. Conforme a imprensa russa, a ação não foi planejada e começou depois que tiros e explosões foram ouvidos dentro do prédio.

De acordo com uma ex-refém o tumulto foi causado por uma das várias bombas penduradas no teto do ginásio pelos terroristas com fita adesiva, que caiu e detonou. A mulher, de cerca de 30 anos, contou ainda que em meio a confusão um grupo de crianças tentou fugir e foi alvejado pelos terroristas.

Aos gritos, mulheres e crianças aterrorizadas - algumas nuas, outras com o rosto ensanguentado - saíram correndo da escola depois de passarem 53 horas nas mãos de militantes que tinham bombas atadas ao corpo, quando se ouviram duas novas explosões. As detonações causara o desabamento do teto do ginásio onde os reféns estavam retidos. Houve disparos de metralhadoras, enquanto helicópteros sobrevoavam o local.

Horas depois da invasão, uma fonte oficial disse que ainda havia crianças como reféns, e foram ouvidas novas explosões. Um número desconhecido de sequestradores fugiu, mas as autoridades disseram mais tarde que três foram capturados com vida.

Os soldados cuidavam das crianças que fugiam e as encaminhavam para os médicos que as esperavam. As crianças, muitas apenas com cuecas ou calcinhas, depois de dois dias sem comida ou água e sob forte calor, recebiam líquidos ao sair e pareciam atônitas à espera de seus parentes, mesmo quando havia barulho de tiros ao redor.

Os terroristas se dividiram então em três grupos, segundo os militares russos. Um pequeno grupo teria ficado na escola cobrindo a saída de outro, o maior, que começou a afastar-se da área, sem deixar de disparar contra as forças que o perseguiam. O terceiro grupo se dispersou entre a multidão, fazendo-se passar por civis.

Mortos e feridos

A maioria dos hospitalizados são crianças, que apresentam ferimentos de bala e queimaduras.

O governo também revelou hoje que mais de 1,2 mil pessoas estavam sendo mantidas reféns e não 354, como foi afirmado anteriormente. Pelo menos 70% deles eram crianças. Depois da captura do colégio na manhã da quarta-feira passada, as autoridades calcularam o número de reféns em cerca de 300 pessoas, cifra que depois de consultar os habitantes da cidade e familiares dos sequestrados elevaram a 354.




Fonte: Terra

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