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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sábado - 04 de Setembro de 2004 às 08:26
Por: Joana Dantas

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A possível geada nos Estados Unidos (EUA) fez o preço da soja subir 15%, cerca de US$ 1,24, saltando de US$ 8,76 para mais de US$ 10 a saca de 60 quilos nessa semana.

O solavanco na Bolsa de Chicago Board of Trade (CBoT, na sigla em inglês) fez os produtores de Mato Grosso respirar um pouco mais aliviados.

O Estado detém a maior produção do país. Na safra 2003/2004 foram colhidos 15 milhões de toneladas de soja.

O alívio no cenário, no entanto, é visto com cautela por alguns especialistas de mercado.

"Há muita água para passar debaixo da ponte", frisa o coordenador do CentroGrãos, João Birkhan.

Segundo ele, o momento não é de negociar contratos fixos. O prudente é esperar.

"O sojicultor não pode ter pressa pra fechar contrato futuro, só está começando uma reação positiva. A tendência é continuar melhorando.

Recomendamos que ninguém feche contrato fixo nesse momento. É melhor ficar quieto, porque mesmo com esse aumento do preço o dólar continua baixo", aconselha Birkhan.

Em Mato Grosso, conforme a Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso) e o CentroGrãos, até agora não há quase nenhuma venda antecipada fechada.

Nessa época do ano anterior, praticamente toda produção já havia sido vendida antecipadamente, razão pela qual os produtores deixaram de ganhar com a alta da soja no início do ano.

"Isso demonstra maturidade dos produtores, que estão fazendo uma comercialização mais organizada. Para vender barato, não precisa de pressa", ressalta o coordenador.

De acordo com João Birkhan, a China programava reduzir em 7% a taxa de crescimento populacional, cresceu 10%, isso representa aumento no consumo de proteína, cuja fonte é a soja. Além disso, o consumo mundial de soja aumenta a cada ano, sem que os estoques no mundo sejam repostos. Fatores que favorecem a valorização do grão.

Projeção

A perspectiva é do preço da soja ficar entre US$ 6 a US$ 6,75 o bushel na bolsa de Chicago, equivalente a US$ 10 a US$ 12 a saca de 60 kg nas próximas semanas.

O diretor-executivo da Famato, Valdir Corrêa da Silva, concorda que a ocasião, embora favorável, é de aguardo, uma vez que tradicionalmente os Estados Unidos só revelam os números reais de produção do final do ano em diante.

Mais ousada, a corretora Silmara Gallo, da Cereal PAR, acredita que o produtor pode comercializar desde que obtenha lucratividade, caso contrário, é melhor esperar.

“O agricultor tem de aprender a fazer conta levando em consideração os problemas internos que terá de enfrentar como ferrugem asiática, custo de produção e clima, a partir daí analisar qual será o melhor percentual no lucro para, então, negociar a produção”, destaca.




Fonte: Folha do Estado

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