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Agronegócios
Sexta - 03 de Setembro de 2004 às 09:53
Por: MARIANNA PERES

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Presidente da FCO e sementeiro goiano afirmam que semente é convencional, mas aguardam teste final

As quatros sacas de soja que tiveram teste preliminar de transgenia positivo e foram apreendidas na última terça-feira, durante uma operação de rotina dos fiscais do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT), no posto fiscal Pontal do Araguaia (522 quilômetros de Cuiabá), "não são transgênicas", afirmaram o presidente da Fundação Centro-Oeste (FCO), Benjamin Zandonadi e o produtor de sementes de Goiás, Oscar Stroschon, que doou o material.

De acordo com as informações dos fiscais do posto, dez sacas de sementes de soja estavam sem identificação e sem nota fiscal, o que aumentou a suspeita de alguma irregularidade. Um teste para detecção de transgenia apontou contaminação em quatro sacas.

Para o presidente da FCO, em Primavera do Leste (239 quilômetros), para onde as sementes seguiam viagem, os testes realizados de maneira preliminar não são confiáveis, pois em muitos casos, dão positivo, mas o laudo final, feito por laboratório, credenciado pela Ministério da Agricultura, não confirma.

"Mas, caso o resultado seja positivo, pode ter certeza que ninguém adquiriu ou produziu semente transgênica. Somos uma entidade de pesquisa, nosso trabalho é buscar novas cultivares e respeitar a lei. Mesmo que a carga não seja transgênica, vamos incinerá-la, porque não trabalhamos com produtos sem nota fiscal e sem certificação de origem", desabafa Zandonade.

"Nosso único erro foi não ter emitido a nota fiscal", exclama o sementeiro proprietário da Sementes Produtiva de Formosa (GO), Oscar Stroschon. Ele salienta que tem reconhecimento no mercado pela qualidade das sementes que produz, mas que em ato falho, para aproveitar o frete de uma carga de semente que ia para um produtor próximo de Primavera, "a nota não foi emitida", lamenta. Segundo ele, o caminhão tinha um carregamento de semente, e as dez sacas, foram adicionadas, como prestação de "um favor".

Stroschon que cultiva as sementes em sua fazenda em Buritis, Minas Gerais, conta que fez contato com o Delegacia Federal da Agricultura em Brasília, para uma vistoria in loco. "O primeiro teste acusou alteração em uma das cultivares que enviamos, a `BRS Aurora´, tenho em Minas seis mil sacas dela e coloquei também todo o meu armazém a disposição para investigações, não há o que esconder, e eu, assim como o Benjamin, queremos esclarecer tudo, pois estamos totalmente na legalidade", salienta Stroschon.

Zandonadi, destaca ainda que a semente "positiva" pode estar contaminada com transgenia, "mas daí a ser transgênica, há uma grande diferença. Ressalto que, caso seja, não foi produzida de maneira intencional, ela foi trabalhada como semente convencional", explica.

O presidente da FCO, suspeita da possibilidade de que, "se houver a contaminação", tenha sido na origem, e não quando produzida na fazenda. "É o mesmo questionamento que os cotonicultores do Estado fizeram, quando o Ministério da Agricultura confirmou transgenia em quatro propriedades. A contaminação pode ter sido feita, no exterior, onde a transgenia, tanto da soja, quanto do algodão, são legalizadas em muitos países", acrescenta.




Fonte: Diário de Cuiabá

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