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Saúde
Sexta - 03 de Setembro de 2004 às 08:24

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As células-tronco obtidas dos folículos capilares podem oferecer uma nova alternativa para o tratamento da calvície e das queimaduras, disseram hoje pesquisadores dos Estados Unidos. Até agora, as células só foram encontradas em ratos, mas não há razão para crer que elas não existam em humanos, segundo a equipe do Instituto Médico Howard Hughes e da Universidade Rockefeller, de Nova York.

Essas células, chamadas de células-tronco por conterem pelo menos uma parte do "manual de instruções" do organismo, conseguem repor os cabelos e também pedaços dos tecidos da pele e as glândulas sebáceas, que são essenciais para o funcionamento da pele e dos cabelos, de acordo com o artigo publicado na edição desta semana da revista Cell.

As células-tronco obtidas de células adultas, como neste caso, são diferentes das células-tronco embrionárias, capazes de se transformar em qualquer tipo de célula. Mas o estudo das células-tronco embrionárias esbarra na oposição de grupos contrários ao aborto.

"Identificamos células na pele que trazem todas as características das verdadeiras células-tronco - a capacidade de se renovar e a multipotência exigida para se diferenciar em todas as linhagens de epiderme e cabelos", disse Elaine Fuchs, citologista da Universidade Rockefeller, que comandou o estudo.

"Este é o primeiro trabalho que indica que uma única célula-tronco da pele pode gerar tanto epiderme quanto cabelo, mesmo após propagação no laboratório", acrescentou. Fuchs e seus colegas querem agora buscar células-tronco semelhantes nos folículos capilares de pessoas.

"Com o debate sobre a multipotência das células dentro do tecido cutâneo sendo resolvido, podemos agora nos perguntar se as células-tronco também podem produzir outros tipos de células além de pele e cabelo. Estes resultados abrem a porta para tal possibilidade", afirmou William Lowry, da Universidade Rockefeller.

As células-tronco se multiplicaram bem em laboratório e, quando os pesquisadores injetaram as células nas costas de ratos carecas, novos tufos de cabelo e pedaços de pele cresceram. Trabalhos anteriores usaram a manipulação genética para encontrar as células-tronco nos ratos, mas Fuchs e seus colegas descobriram uma forma melhor para isso.

"Descobrimos que a superfície das células-tronco cutâneas era diferente da das outras células da pele, o que nos permitiu usar dois anticorpos diferentes para separá-las", afirmou Lowry. "Ninguém antes tinha conseguido isolar as células-tronco do folículo capilar desta forma".




Fonte: Reuters

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