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Saúde
Terça - 31 de Agosto de 2004 às 09:09

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Cientistas do Centro para Estudos Neuroendócrinos da Universidade de Massachusetts e da Divisão de Neurociência do Centro de Pesquisa em Primatas do Oregon, nos Estados Unidos, descobriram que uma proteína é a responsável pelas diferenças entre os cérebros de machos e fêmeas. Os pesquisadores, liderados por Nancy Forger, da Universidade de Massachusetts, suspeitavam que um integrante da família Bcl-2, chamado de Bax, poderia controlar a morte de neurônios ligados ao sexo. Para verificar a idéia, estudaram os cérebros de camundongos que não dispunham do Bax. "Os resultados demonstraram que as diferenças sexuais no número total de células estavam ausentes nos cérebros de camundongos adultos que não contavam com a Bax", escreveram no artigo. "As diferenças sexuais em volumes nucleares também se reduziram pela remoção da proteína".

No desenvolvimento dos mamíferos, machos e fêmeas têm inicialmente o mesmo número de neurônios, mas o surgimento dos hormônios causa um processo seletivo de morte das células neuronais, que eventualmente leva à ocorrência de diferenças no número de neurônios entre os gêneros em fases posteriores.

Segundo os cientistas, hormônios como o masculino testosterona, aparentemente, controlam a sobrevivência de neurônios específicos no cérebro, enquanto que membros da família de proteínas Bcl-2 regulam a morte celular programada.

Nos mamíferos, os machos têm mais neurônios em uma região do cérebro conhecida como núcleo intersticial da estria terminal (BNSTp, em inglês). As fêmeas, de seu lado, apresentam mais neurônios na área chamada de núcleo anteroventral periventricular (AVPV).

A pesquisa mostrou que machos e fêmeas sem o Bax não apresentaram diferenças nos números de neurônios em cada região. Além disso, apesar de a proteína Bax ser necessária para a morte celular ligada ao sexo, os números de neurônios semelhantes encontrados não induziram a diferenças em comportamento nos animais estudados, segundo os cientistas.

Os resultados da pesquisa estão sendo publicados na edição de 31 de agosto da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Revista Pesquisa Fapesp




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