Crédito bancário para pessoas físicas em julho cresceu mais do que para empresas

Do volume de R$ 428,3 bilhões em créditos bancários para o setor privado em julho, R$ 162,9 bilhões foram recursos direcionados à habitação, agropecuária e empréstimos diretos através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O restante é considerado "recursos livres". Destes, R$ 152,9 bilhões foram alocadas a pessoas jurídicas (mais 0,8% no mês) e R$ 101,8 bilhões foram destinados a pessoas físicas (mais 1,8%).

A informação consta do relatório mensal "Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro", divulgado hoje pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. Segundo ele, o crescimento das operações de crédito pessoal predominou, impulsionado, principalmente, pelos empréstimos com consignação em folha de pagamento (vinculado ao salário), que pagam juros mais baratos. No tocante a juros, ele afirmou que a taxa média das operações de crédito em julho foi de 43,9%, com redução de apenas 0,1 ponto percentual.

As taxas para pessoas físicas caíram de 140,3% para 140,1% no cheque especial; de 71,9% para 71,7% no crédito pessoal; de 36,3% para 36,1% na aquisição de veículos; e de 39,4% para 39,1% na compra de outros bens. As reduções para empresas foram de 49,3% para 47,5% no desconto de promissórias, e de 66,8% para 66,3% na conta garantida, contra aumentos para desconto de duplicatas (40% para 40,1%) e capital de giro (34,5% para 34,8%).

Também houve aumento do "spread" (diferença entre os juros que o banco paga para captar dinheiro no mercado e os que cobra nos financiamentos). O ágio médio, de 27% em junho, passou para 27,2%. As empresas pagaram em média 13% e as pessoas físicas, 45,3%, apesar de a inadimplência regredir de 13% para 12,7% nos empréstimos pessoais e permanecer em 3,4% para pessoas jurídicas. Lopes lembrou que essa tendência gradativa de queda se mantém há cinco meses.